Ano da edição original: 2007
Autor: Stieg Larsson
Tradução do Inglês: Mário Dias Correia
Editora: Oceanos
Contém spoilers
"Lisbeth Salander sobreviveu aos ferimentos de que foi vítima, mas não tem razões para sorrir: o seu estado de saúde inspira cuidados e terá de permanecer várias semanas no hospital, completamente impossibilitada de se movimentar e agir. As acusações que recaem sobre ela levaram a polícia a mantê-la incontactável. Lisbeth sente-se sitiada e, como se isto não bastasse, vê-se ainda confrontada com outro problema:o pai, que a odeia e que ela feriu à machadada, encontra-se no mesmo hospital com ferimento menos graves e intenções mais maquiavélicas...
Entretanto, mantêm-se as movimentações secretas de alguns elementos da Säpo, a polícia de segurança sueca. Para se manter incógnita, esta gente que actua na sombra está determinada a eliminar todos os que se atravessam no seu caminho. Mas nem tudo podia ser mau: Lisbeth pode contar com Mikael Blomkvist que, para a ilibar, prepara um artigo sobre a conspiração que visa silenciá-la para sempre. E Mikael Blomkvist também não está sozinho nesta cruzada: Dragan Armanskij, o inspector Bublanski, Anika Gianninni, entre outros, unem esforços para que se faça justiça. E Erika Berger? Será que Mikael pode contar com a sua ajuda, agora que também ela está a ser ameaçada? E quem é Rosa Figueirola, a bela mulher que seduz Mikael Blomkvist?"
Fim dos spoilers. ;)
Chega assim ao fim a Trilogia Millennium. Trilogia que teria sido decalogia não tivesse o autor, Stieg Larsson, falecido antes de terminar o quarto dos dez livros que tinha planeados com Lisbeth e Mikael Blomkvist. Aqui entre nós que ninguém nos ouve, por muito que tenha gostado da Lisbeth e companheiros, dez volumes teriam sido um exagero. Achei até que este terceiro poderia ter sido bem mais pequeno... :)
Este terceiro volume começa exactamente onde o anterior acabou. Lisbeth, depois de no segundo volume ter regressado do mundo dos mortos, dá entrada no hospital em estado considerado muito grave. Com uma bala alojada no crânio, os médicos não se atrevem a avançar prognósticos. No mesmo helicóptero que a levou ao hospital viaja o homem que a pôs entre a vida e a morte, também ele bastante ferido, e que tem sido a causa de todos os problemas que Lisbeth já enfrentou na vida. Irá Lisbeth recuperar, sem sequelas, dos ferimentos? Será essa a única preocupação de Lisbeth enquanto estiver internada no hospital? Ou o homem que quase a matou vai, mais uma vez tentar acabar com a vida de Lisbeth?
Enquanto Lisbeth, no hospital, luta para sobreviver, cá fora Mikael Blomkvist continua a trabalhar num artigo que vai ajudar a ilibar Lisbeth de todas as acusações que pendem sobre ela e que terá de enfrentar assim que estiver em condições de receber alta médica. O artigo em que Mikael Blomkvist está a trabalhar envolve pessoas que pertencem à Polícia Secreta sueca, a Säpo, e que vão fazer tudo para impedir qualquer investigação sobre os podres da Companhia. Portanto, Lisbeth está entre a vida e a morte no hospital, Mikael e todos na redacção da Millennium são ameçados e perseguidos por causa do artigo e, para ajudar à festa, Erika Berger tem à perna um tarado qualquer que a persegue e ameaça. Um livro cheio de coisas boas, portanto. :)
Sobre a história mais não digo sob pena de spoilar toda a trilogia. :) Cuidado que a sinopse não tem e que pode, inclusive, estragar algumas revelações do segundo volume, para quem ainda não o leu. Para além de ser uma sinopse que levanta falsas questões, mas isso é outra história. :)
Confesso que este último livro não me convenceu, achei-o demasiado extenso e a história não foi exposta de uma forma cativante, Lisbeth quase não aparece e Mikael, aparecendo mais, pareceu-me menos interessante que nos primeiros dois livros e é, neste livro, até um pouco irritante. As histórias que giram à volta da conspiração contra Lisbeth têm algum interesse, mas estão de tal forma rodeadas de informação secundária que parece que estamos a ler um livro sobre a história da polícia secreta sueca. Este livro pedia acção e um ritmo mais acelerado, o que nos outros livros não me fez assim tanta falta. No fundo acho que este livro poderia ter ganho se fosse mais sucinto e mais objectivo. Stieg Larsson quis falar de tanta coisa, introduziu tantas personagens, que a história de Lisbeth perdeu alguma consistência.
Para além disso a história do tarado que persegue Erika Berger e todos os outros dilemas que esta atravessa ao longo deste livro não me interessaram por aí além e senti-os apenas como distracções. Erika sempre me foi algo indiferente, pelo que o seu maior protagonismo neste livro fez com que a minha leitura se ressentisse um pouco. Para além disso, Mikael Blomkvist neste livro pareceu-me demasiado convencido, muito presente na história mas com uma presença muito superficial, muito pouco emotiva e sem empatia com as outras personagens. Mais uma consequência da ânsia do autor de falar de tudo e mais alguma coisa, tornando a história demasiado tentacular, notando-se que sentiu alguma dificuldade em fechar todas as frentes que abriu.
Enfim, o livro tem coisas boas, como é óbvio, tudo o que me fez gostar e querer ler a trilogia está também neste terceiro volume, mas a verdade é que neste o equilíbrio entre a história central e todos os temas paralelos não foi tão bem conseguido. Não é mau, mas podia ser bem melhor. :)
Recomendo a trilogia mas, como já o referi antes, nunca ao preço de editora que sobrevaloriza e muito estes livros. Leiam se tiverem oportunidade, mas se não o fizerem não vem daí mal ao mundo! :)
Boas leituras!
Excerto:Este terceiro volume começa exactamente onde o anterior acabou. Lisbeth, depois de no segundo volume ter regressado do mundo dos mortos, dá entrada no hospital em estado considerado muito grave. Com uma bala alojada no crânio, os médicos não se atrevem a avançar prognósticos. No mesmo helicóptero que a levou ao hospital viaja o homem que a pôs entre a vida e a morte, também ele bastante ferido, e que tem sido a causa de todos os problemas que Lisbeth já enfrentou na vida. Irá Lisbeth recuperar, sem sequelas, dos ferimentos? Será essa a única preocupação de Lisbeth enquanto estiver internada no hospital? Ou o homem que quase a matou vai, mais uma vez tentar acabar com a vida de Lisbeth?
Enquanto Lisbeth, no hospital, luta para sobreviver, cá fora Mikael Blomkvist continua a trabalhar num artigo que vai ajudar a ilibar Lisbeth de todas as acusações que pendem sobre ela e que terá de enfrentar assim que estiver em condições de receber alta médica. O artigo em que Mikael Blomkvist está a trabalhar envolve pessoas que pertencem à Polícia Secreta sueca, a Säpo, e que vão fazer tudo para impedir qualquer investigação sobre os podres da Companhia. Portanto, Lisbeth está entre a vida e a morte no hospital, Mikael e todos na redacção da Millennium são ameçados e perseguidos por causa do artigo e, para ajudar à festa, Erika Berger tem à perna um tarado qualquer que a persegue e ameaça. Um livro cheio de coisas boas, portanto. :)
Sobre a história mais não digo sob pena de spoilar toda a trilogia. :) Cuidado que a sinopse não tem e que pode, inclusive, estragar algumas revelações do segundo volume, para quem ainda não o leu. Para além de ser uma sinopse que levanta falsas questões, mas isso é outra história. :)
Confesso que este último livro não me convenceu, achei-o demasiado extenso e a história não foi exposta de uma forma cativante, Lisbeth quase não aparece e Mikael, aparecendo mais, pareceu-me menos interessante que nos primeiros dois livros e é, neste livro, até um pouco irritante. As histórias que giram à volta da conspiração contra Lisbeth têm algum interesse, mas estão de tal forma rodeadas de informação secundária que parece que estamos a ler um livro sobre a história da polícia secreta sueca. Este livro pedia acção e um ritmo mais acelerado, o que nos outros livros não me fez assim tanta falta. No fundo acho que este livro poderia ter ganho se fosse mais sucinto e mais objectivo. Stieg Larsson quis falar de tanta coisa, introduziu tantas personagens, que a história de Lisbeth perdeu alguma consistência.
Para além disso a história do tarado que persegue Erika Berger e todos os outros dilemas que esta atravessa ao longo deste livro não me interessaram por aí além e senti-os apenas como distracções. Erika sempre me foi algo indiferente, pelo que o seu maior protagonismo neste livro fez com que a minha leitura se ressentisse um pouco. Para além disso, Mikael Blomkvist neste livro pareceu-me demasiado convencido, muito presente na história mas com uma presença muito superficial, muito pouco emotiva e sem empatia com as outras personagens. Mais uma consequência da ânsia do autor de falar de tudo e mais alguma coisa, tornando a história demasiado tentacular, notando-se que sentiu alguma dificuldade em fechar todas as frentes que abriu.
Enfim, o livro tem coisas boas, como é óbvio, tudo o que me fez gostar e querer ler a trilogia está também neste terceiro volume, mas a verdade é que neste o equilíbrio entre a história central e todos os temas paralelos não foi tão bem conseguido. Não é mau, mas podia ser bem melhor. :)
Recomendo a trilogia mas, como já o referi antes, nunca ao preço de editora que sobrevaloriza e muito estes livros. Leiam se tiverem oportunidade, mas se não o fizerem não vem daí mal ao mundo! :)
Boas leituras!
"Faltava pouco para a uma e meia quando Hanna Nicander, uma das enfermeiras, acordou o Dr. Anders Jonasson.
- Que se passa? - perguntou ele, ainda meio atordoado.
- Helicóptero a chegar. Dois pacientes. Um homem já de idade e uma rapariga; ela com ferimentos de bala.
- Já vou, já vou - resmungou Jonasson, cansado."
Deixo-vos os trailer do terceiro filme:
Não posso deixar de expressar a minha estranheza por Stieg Larsson descrever o Blomkvist como um homem extremamente bem parecido e a quem as mulheres dificilmente resistem. Tendo visto os filmes é inevitável que a imagem de Blomkvist que eu tenho na minha cabeça seja a do actor que o representa no filme e, não querendo discutir gostos, que todos sabemos que não se discutem, a verdade é que o actor está longe de ser irresistível! Tirando a imagem dos actores que são diferentes da imagem que Stieg Larsson transmitiu nos livros, os filmes estão bastante fieis a eles e vale a pena ver, principalmente porque a interpretação da actriz Noomi Rapace, que faz de Lisbeth Salander, é digna de ser ver. :)