Ano da edição original: 1989
Autor: Joanne Harris
Tradução do Russo: Isabel Alves
Editora: Edições Asa (edição de 2011 - revista pela autora)
"Algo dentro de mim recorda e não esquecerá...
Alice e Joe têm em comum a paixão pela arte - ela é pintora e ele é músico - e, em tempos, estiveram também unidos pelo amor que sentiam um pelo outro. As suas vidas seguiram diferentes rumos, mas o reencontro é inevitável. Joe tem agora uma nova namorada, Ginny, que provoca em Alice uma intensa perturbação. A beleza etérea e singular de Ginny repele-a, e o seu sinistro grupo de amigos atemoriza-a. Os hábitos estranhos da jovem deixam Alice suficientemente inquieta para levar a cabo uma investigação por conta própria. E o que descobre vai mudar tudo. Ginny tem em seu poder um velho diário que conta a trágica história de amor de Daniel Holmes e Rosemary Virginia Ashley, cujo poder de sedução não conhece limites. Só que Rosemary morreu há meio século... mas o seu magnetismo não está certamente extinto. À medida que as histórias se entrelaçam, passado e presente fundem-se; Alice apercebe-se de que o seu ódio instintivo em relação à nova namorada de Joe pode não se dever apenas ao ciúme, já que algo em Ginny a arrasta irremediavelmente para um universo de insondável obsessão, vingança, sedução e sangue..."É bom regressar a um porto seguro e familiar depois de ter andado a vaguear por paragens desconhecidas, estranhas e nem sempre boas. :) Este livro devolveu-me a vontade de ler e isso é, por si só, motivo para ter um lugar especial nas minhas leituras deste ano. ;) Se acrescentarmos a isso, o facto de ser da Joanne Harris a minha opinião nunca poderia ser negativa!
A história é narrada em dois tempos, o tempo de Rosemary e Daniel Holmes e o tempo de Alice, Ginny e Joe.
Daniel é um jovem com 25 anos, intelectual e pacífico que vê a sua vida mudar no dia em que, de forma heróica, salva Rosemary de uma morte certa no rio. Rosemary é uma rapariga estranha, aparentemente frágil e vulnerável, é dona de uma beleza etérea, que deixa Daniel completamente apaixonado. Provoca no jovem uma impressão tal que Daniel nunca mais será o mesmo.
Cerca de 50 anos depois de Daniel ter salvo a vida de Rosemary, é-nos apresentada Alice, uma artista e pintora promissora que perdeu a capacidade de ser feliz no dia em que o namorado Joe, a abandonou. Quando este lhe liga, passados três anos sem dar notícias, para lhe pedir um favor que envolve Ginny, a sua nova namorada, Alice não lhe sabe dizer que não e acaba por ser arrastada para o meio de uma história de terror, com personagens sinistras e assustadoras.
O que liga estas personagens é o que vai sendo desvendado à medida que a história é contada, e que história! :)
As minhas expectativas para este livro eram relativamente baixas. E porquê? Porque Maligna (The Evil Seed no original) foi o primeiro livro que Joanne Harris escreveu e editou e, é um livro sobre... uma espécie de vampiros. :) Terminada a leitura cabe-me dizer que, para primeiro livro não está nada mal e que, na realidade, os vampiros são mais criaturas malignas, que para além da maldade a única coisa que têm em comum com as míticas criaturas da noite é a sede de sangue. Tudo o resto é diferente. Aliás, a autora nunca os denomina dessa forma, são antes almas imortais, cuja imortalidade reside na memória dos vivos. :)
Afastados os receios iniciais acabei por gostar bastante do livro porque, simpatias à parte, é um livro bem escrito, que se lê muito bem, leve, mesmo com todas as descrições nojentas incluídas, que foge muito à típica história de vampiros e de horror, e que tem personagens bem desenvolvidas com as quais conseguimos criar empatia.
Posto isto, recomendo, como não poderia deixar de ser. ;)
Boas leituras!
Excerto:
"Nenhum nome lhe serve, digo-lhe; do mesmo modo, todos os nomes servem. Só sei que ela é velha, tão velha como a corrupção de onde veio, embora ao mesmo tempo, monstruosamente jovem. Ela é algo que transcende a lenda, como Deus transcende superstições infantis de pães e peixes. Suponho que Jung lhe teria chamado uma anima pérfida; como vês, também sei falar na tua linguagem, sei usar os teus argumentos melhor do que tu, mas isso não pode exorcizar a criatura demoníaca que governa os meus sonhos. A imagem de sangue que transcende todas as minhas visões dela agonia-me e excita-me, como dirias, suponho, que a minha concepção da minha própria sexualidade me horroriza."
Vai ser uma das minhas prendas de Natal, por isso adiei a leitura desta crítica para quando o tiver lido e fui só confirmar se era recomendado ou não :)
ResponderEliminarredonda: Espero que gostes da tua prenda. Eu gostei, talvez por estar preparada para não gostar, acabei por ser surpreendida... :)
ResponderEliminarfoi uma das minhas prendas de natal e só vou na página 55 e já estou a amar. promete ser um livro fabuloso. e depois de ter lido esta critica ainda gosto mais dele.
ResponderEliminarDaniela: Foi um livro que me surpreendeu pela positiva. Espero que corresponda às tuas expectativas e que não tenha estragado a tua leitura revelando alguma coisa. :)
ResponderEliminarBom Ano 2012!
Ainda bem que referiste o livro "Maligna" no teu blog. É o meu livro preferido e foi tambem o que me deu 95% na apresentação de português :P
ResponderEliminarObrigado por aconselhares os leitores do teu blog aa lê-lo.
Parabéns pela nota no trabalho de português. :-) Adoro Joanne Harris e sei que quando se trata dela posso ser não ser imparcial, no entanto, neste a minha opinião não sofreu desse mal. Acho que é realmente bom! :-)
Eliminaralguém por favor me pode dizer de que página é o excerto?
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