setembro 02, 2012

Marina - Carlos Ruiz Zafón

Título original: Marina
Ano da edição original: 1999
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Editorial Planeta - Colección Booket

"«Quince años más tarde, la memoria de aquel día ha vuelto a mí. He visto a aquel muchacho vagando entre las brumas de la estación de Francia y el nombre de Marina se ha encendido de nuevo como una herida fresca.
Todos tenemos un secreto encerrado bajo llave en el ático del alma. Éste es el mío.»
En la Barcelona de 1980 Óscar Drai sueña despierto, deslumbrado por los palacetes modernistas cercanos al internado en el que estudia. En una de sus escapadas conoce a Marina, que comparte com Óscar la aventura de adentrarse en un enigma doloroso del pasado de la ciudad, un desafío de siniestras consecuencias que alguien deberá pagar."

Escolhi este livro de Carlos Ruiz Zafón para ler em castelhano, para ver se não enferrujava enquanto estou de férias das aulas de castelhano. Sabia que a escrita do autor não é muito complicada e, este livro, Marina, é relativamente pequeno, pelo que me pareceu perfeito para treinar o idioma de nuestros hermanos. :)

De Carlos Ruiz Zafón já li os mais que conhecidos e falados A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo (já comentados aqui e aqui). Gostei, sem grandes entusiasmos do primeiro, e achei mais ou menos o segundo. :)
Marina é, segundo o próprio autor, o último livro que escreveu para um público mais juvenil, partindo depois dele para os livros que o tornaram conhecido do grande público.
Este é um livro fácil de ler, mesmo em castelhano não senti grandes dificuldades, embora tivesse parado muitas vezes para ver no dicionário as palavras mais esquisitas, a história não é difícil de acompanhar.

Óscar Drai é um adolescente de 15/16 anos que vive num internato, em Barcelona no anos 80. Barcelona aparece-nos mais uma vez como uma cidade cheia de mistérios, cheia de histórias e recantos para descobrir. O autor volta a descrever a cidade como uma cidade sombria, envolta numa permanente neblina e habitada por seres sinistros que vivem nas sombras. Este continua a ser o ponto forte dos livros de CRZ e, a cada livro que leio aumenta a minha curiosidade para conhecer a cidade.

O nosso protagonista é um rapaz que adora perder-se por essa Barcelona antiga, cheia de becos e palacetes abandonados, os destroços de uma franja da sociedade que perdeu, ao longo dos tempos, o poder económico que lhes permitia viver numa zona privilegiada da cidade e que agora mais não são do que bairros fantasmas e ideais para a imaginação prodigiosa de Óscar. Todos os seus tempos livres são passados a vaguear por ali até que um dia, entra num desses palacetes, aparentemente abandonado. Aparentemente, porque é lá que ele vai encontrar a doce e inteligente Marina e o seu pai, Gérman, um pintor famoso, destroçado pela perda da sua musa, a mãe de Marina.

Óscar e Marina iniciam uma amizade que muda a vida dos dois para sempre. Juntos tropeçam num dos maiores segredos da cidade de Barcelona, que envolve uma das personagens mais misteriosas e perturbadoras da cidade, Mikail Kolvenik, um milionário, morto há mais de trinta anos, que parece ter voltado do mundo dos mortos... e mais não digo.

Gostei deste pequeno livro, da história, muito por causa da dinâmica que o autor conseguiu criar entre Óscar e Marina. Conseguiu criar uma coisa boa com estas duas personagens, o sentimento que os une é descrito de uma forma muito bonita e, sabendo nós que alguma coisa correu mal, embora só saibamos o quê no fim, torna tudo mais envolvente. Mais uma vez gostei da personagem masculina, que é o pai das personagens adolescentes que o autor cria para protagonistas dos seus romances. Germán é muito curioso, à semelhança de Daniel Sempere, de A Sombra do Vento.
A história está repleta de personagens misteriosas e assustadoras, criaturas estranhas e monstruosas e, embora não seja um livro propriamente assustador, é um livro que cria alguma tensão e que nos faz temer pela vida dos nossos protagonistas e com alguma razão, posso acrescentar... :p

Embora seja um livro claramente mais direccionado para os mais novos, como o li em castelhano, acabei por não sentir muito isso e, dentro do género, gostei bastante e recomendo, em qualquer língua!

Boas leituras!

Excerto:
"A finales de la década de los setenta, Barcelona era un espejismo de avenidas y callejones donde uno podía viajar treinta o cuarenta años hacia el pasado con sólo cruzar el umbral de una portería o un café. El tiempo y la memoria, historia y ficción, se fundían en aquella ciudad hechicera como acuarelas en la lluvia. Fue allí, al eco de calles que ya no existen, donde catedrales y edificios fugados de fábulas tramaron el decorado de esta historia."

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