Título original: Ritual
Ano da edição original: 2008
Autor: Mo Hayder
Tradução: Rosário Morais da Silva, Liliana Santos, Maria do Rosário Heitor, Lucília Tibério e Catarina Fonseca
Editora: Publicações Europa-América
Autor: Mo Hayder
Tradução: Rosário Morais da Silva, Liliana Santos, Maria do Rosário Heitor, Lucília Tibério e Catarina Fonseca
Editora: Publicações Europa-América
"Nas águas do porto de Bristol, uma mergulhadora encontra a mão de um cadáver. Mais perturbante do que a ausência de um corpo é a descoberta, alguns dias depois, de uma mão. E todas as provas apontam para que o corpo tenha sido decepado ainda com vida.
Transferido de Londres, o agente Jack Caffery pertence à unidade de investigação criminal de Bristol e as suas buscas levam-no aos meandros de um submundo sinistro: o lugar mais terrível que já conheceu."
Já tinha saudades de ler um livro da Mo Hayder, autora cujos livros tanto me impressionaram e surpreenderam. Este Ritual, é o primeiro de três livros, série à qual a autora chama "The Walking Man" e onde "ressuscita" o inspector Jack Caffery, personagem que conheci no Os Pássaros da Morte, mais um livro a não perder desta autora de policiais verdadeiramente assustadores. :)
Transferido de Londres, o agente Jack Caffery pertence à unidade de investigação criminal de Bristol e as suas buscas levam-no aos meandros de um submundo sinistro: o lugar mais terrível que já conheceu."
Já tinha saudades de ler um livro da Mo Hayder, autora cujos livros tanto me impressionaram e surpreenderam. Este Ritual, é o primeiro de três livros, série à qual a autora chama "The Walking Man" e onde "ressuscita" o inspector Jack Caffery, personagem que conheci no Os Pássaros da Morte, mais um livro a não perder desta autora de policiais verdadeiramente assustadores. :)
Ritual junta, Phoebe Marley, mais conhecida por Flea, e Jack Caffery. Flea pertence à equipa de mergulhadores da polícia e a sua missão é encontrar cadáveres no fundo de qualquer "poça" de água, tarefa na qual é muito boa. Flea é uma jovem insegura, que só se sente bem com o fato de mergulho vestido, no silêncio e escuridão das águas profundas. Perdeu os pais, também eles mergulhadores experientes, em Boesmansgat (Bushman's Hole - África do Sul), um dos lagos mais profundos do mundo e um dos sítios mais perigosos para mergulhar. Os seus corpos nunca foram recuperados e Flea vive atormentada pela culpa de não ter mergulhado com eles no dia em que morreram e obcecada com a recuperação dos corpos dos pais. Tem um irmão que sobreviveu ao mergulho em Bushman's Hole, mas que nunca recuperou psicologicamente do trauma daquele dia.
Flea e Caffery conhecem-se quando esta e a sua equipa de mergulho encontram no porto de Bristol uma mão, sem corpo, apenas uma mão. Uns dias depois, encontram a outra mão e continua a não existir um corpo e tudo leva a crer que as mãos foram decepadas de um corpo ainda com vida. A investigação torna-se então numa luta contra o tempo para que se encontre a vítima ainda com vida.
No decorrer da investigação a suspeita de que o crime poderá estar relacionado com rituais africanos muti torna-se cada vez menos uma suspeita e mais uma certeza. Como seria de esperar, fazer com que alguém fale sobre este assunto não será tarefa fácil e enquanto todos negam qualquer envolvimento com rituais Muti, vamos seguindo a espiral de loucura e depravação do responsável pelas mãos decepadas e assistimos ao sofrimento que este inflige à sua vítima.
E sobre a história terei de ficar por aqui para que nenhum dos leitores do Quero Um Livro sintam que acabei de lhes estragar a leitura do livro.
Mo Hayder cria um ambiente pesado, com personagens perturbadoras e perturbadas. As que são perturbadoras, andam cheias de ódio e as que são perturbadas, são pessoas cheias de traumas e vícios, ao ponto de se tornarem elas próprias perturbadoras e assustadoras.
A escritora põe a descoberto uma realidade feia, suja e perigosa que é a do mundo das drogas e do que se é capaz de fazer por mais um dose. Os prédios são escuros, cheiram mal e estão em avançado estado de degradação. Não muito diferentes das pessoas que por lá vagueiam.
Toca também o tema da emigração ilegal e legal, vinda do continente Africano, onde estes imigrantes se recusam a abandonar crenças ancestrais e trazem consigo costumes e maneiras de encarar o mundo completamente diferentes das existentes no Ocidente.
Se a estes dois temas juntarmos ainda a pedofilia... temos um livro que não será para todas as pessoas. Acho que é um livro pesado e sujo, mas nunca deixa de ser isso mesmo, um livro, uma história, embrulhada em realidades feias, mas sem deixar nunca de ser ficção.
Gosto de Mo Hayder e de Caffery, mesmo que neste Ritual ele esteja extremamente perturbado. Gosto da personagem fetiche da autora, mas até agora gostei mais dos dois livros em que ela foge ao mundo de Caffery. Isto para dizer que gostei muito deste Ritual, tal como gostei bastante do Os Pássaros da Morte, mas o que me fez voltar a ler Mo Hayder foram livros como Tóquio e A Ilha dos Porcos.
Posto isto, recomendo para quem gosta deste género de livros, com descrições mais realistas e com menos cuidados para com o leitor menos avisado. :)
Boas leituras!
Excerto:
"Para começar a rotina é a mesma - uma pancada na parte de trás do carro, depois a venda e a viagem aos solavancos. As portas abrem-se e fecham-se; depois a sensação áspera e quebradiça do sofá quando se senta, agora tem uma mola solta que lhe pressiona a parte de trás das coxas até se desviar um pouco. Mas, quando a venda é retirada, Skinny chora.
Flea e Caffery conhecem-se quando esta e a sua equipa de mergulho encontram no porto de Bristol uma mão, sem corpo, apenas uma mão. Uns dias depois, encontram a outra mão e continua a não existir um corpo e tudo leva a crer que as mãos foram decepadas de um corpo ainda com vida. A investigação torna-se então numa luta contra o tempo para que se encontre a vítima ainda com vida.
No decorrer da investigação a suspeita de que o crime poderá estar relacionado com rituais africanos muti torna-se cada vez menos uma suspeita e mais uma certeza. Como seria de esperar, fazer com que alguém fale sobre este assunto não será tarefa fácil e enquanto todos negam qualquer envolvimento com rituais Muti, vamos seguindo a espiral de loucura e depravação do responsável pelas mãos decepadas e assistimos ao sofrimento que este inflige à sua vítima.
E sobre a história terei de ficar por aqui para que nenhum dos leitores do Quero Um Livro sintam que acabei de lhes estragar a leitura do livro.
Mo Hayder cria um ambiente pesado, com personagens perturbadoras e perturbadas. As que são perturbadoras, andam cheias de ódio e as que são perturbadas, são pessoas cheias de traumas e vícios, ao ponto de se tornarem elas próprias perturbadoras e assustadoras.
A escritora põe a descoberto uma realidade feia, suja e perigosa que é a do mundo das drogas e do que se é capaz de fazer por mais um dose. Os prédios são escuros, cheiram mal e estão em avançado estado de degradação. Não muito diferentes das pessoas que por lá vagueiam.
Toca também o tema da emigração ilegal e legal, vinda do continente Africano, onde estes imigrantes se recusam a abandonar crenças ancestrais e trazem consigo costumes e maneiras de encarar o mundo completamente diferentes das existentes no Ocidente.
Se a estes dois temas juntarmos ainda a pedofilia... temos um livro que não será para todas as pessoas. Acho que é um livro pesado e sujo, mas nunca deixa de ser isso mesmo, um livro, uma história, embrulhada em realidades feias, mas sem deixar nunca de ser ficção.
Gosto de Mo Hayder e de Caffery, mesmo que neste Ritual ele esteja extremamente perturbado. Gosto da personagem fetiche da autora, mas até agora gostei mais dos dois livros em que ela foge ao mundo de Caffery. Isto para dizer que gostei muito deste Ritual, tal como gostei bastante do Os Pássaros da Morte, mas o que me fez voltar a ler Mo Hayder foram livros como Tóquio e A Ilha dos Porcos.
Posto isto, recomendo para quem gosta deste género de livros, com descrições mais realistas e com menos cuidados para com o leitor menos avisado. :)
Boas leituras!
Excerto:
"Para começar a rotina é a mesma - uma pancada na parte de trás do carro, depois a venda e a viagem aos solavancos. As portas abrem-se e fecham-se; depois a sensação áspera e quebradiça do sofá quando se senta, agora tem uma mola solta que lhe pressiona a parte de trás das coxas até se desviar um pouco. Mas, quando a venda é retirada, Skinny chora.
- O que é? - Mossy sente um nó de ansiedade na garganta. - Que se passa?
Skinny desvia o olhar dele. Passa o polegar e o indicador ao longo da comprida coluna que é a sua garganta e Mossy recorda a forma como, última vez sentiu o músculo a mover-se naquela garganta. Sente os nervos no estômago.
- Que é? - pergunta novamente. - Vá lá, homem, que é? Que querem eles desta vez?
Skinny olha para ele com os olhos rasos de água.
- Desculpa - diz ele, em voz sumida. - Desculpa, desculpa mesmo."
Nota para a edição: É má, tendo em conta o preço que a Europa-América pratica, exigia-se pelos menos uma revisão final para eliminar gralhas. Nesta edição são mais que muitas. Eu que nem sou de me chatear com isso, neste fez-me confusão.
Também achei este livro muito exagerado. Arrepiante mas de forma pouco convicente, pouco realista. Tenho que ler os outros que sugeres.
ResponderEliminarJá li o Tóquio há uns anos bons. Foi o primeiro que li dela e lembro-me de ser impressionante. Se calhar se o lesse hoje, pela primeira vez, não teria tanto impacto. :) Continua a ser o livro dela que mais gostei.
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