janeiro 12, 2010

Medo - Jeff Abbott

"Miles Kendrick está no Programa de Protecção de Testemunhas para se esconder da Máfia. Mas nenhum programa o protege de ser atormentado pela morte do amigo. Com a ajuda da psiquiatra Allison Vance, Miles tenta agarrar-se ao que lhe resta da sua lucidez para recordar os acontecimentos daquela noite trágica.
Depois de um ataque bombista ao seu escritório, Allison morre e Miles vê-se apanhado numa conspiração mortal que se repercute muito para além dos seus piores pesadelos. Perseguido por um ex-detective do FBI, mas apoiado por um ex-soldado e uma mulher reclusa na sua própria casa, Miles tem pela frente uma batalha para recuperar a sua vida - ou simplesmente se manter vivo."

Andava há algum tempo com este livro, assim como o Pânico, debaixo de olho. Acho que o que me chamou à atenção foram as capas e depois, todas as frases bombásticas que acompanham a capa: "Um thriller arrepiante com um ritmo acelerado, Medo não o vai largar até a última bala ser disparada." ou "Muito intenso...Serão poucas as pessoas que conseguirão começar a ler este livro e parar de virar as páginas." Com estes teasers, é normal que as minhas expectativas estivessem relativamente altas. Claro que acabei por achar que o livro não foi bem aquilo que estava à espera, foi até bem menos do que o esperado...

O livro é basicamente o que diz a sinopse. Miles Kendrick está no Programa de Protecção de Testemunhas, por ter denunciado algumas famílias da Máfia. No decorrer dessa operação Andy, o seu melhor amigo, é morto, alegadamente por Miles. Alegadamente, porque Miles não se lembra do que aconteceu. Tem apenas uma certeza, a de que matou o melhor amigo, sendo atormentado pelo fantasma de Andy, que o acompanha para onde quer que vá. A sofrer de stress pós-traumático, anda a ser consultado por Allison Vance, uma psiquiatra. Quando esta é morta numa explosão, Miles inicia uma busca desesperada para apurar a verdade, pois não deixa de se sentir responsável pela morte da psiquiatra uma vez que esta, antes de morrer, lhe pedira ajuda. De repente vê-se envolvido numa conspiração gigantesca gerada pelo desenvolvimento de um medicamento milagroso, o Frost, no tratamento do stress pós-traumático, que todos querem, pelas mais variadas razões. A ser provada a eficácia do Frost, pensem na quantidade de pessoas que iriam beneficiar com este simples comprimido, especialmente soldados que regressam da guerra completamente desfeitos. Imaginem que era possível fazer com que as memórias traumáticas não fossem assim tão traumáticas, que os pesadelos acabariam e que poderiam ter uma vida normal. Imaginem agora os lucros que um medicamento como o Frost seria capaz de gerar... É fácil de perceber o porquê de todos andarem atrás dele!

É um livro que se lê relativamente bem, mas não acho que esteja particularmente bem escrito. Não gostei da maneira como o autor vai desenrolando a história, com demasiadas reviravoltas e contratempos que me fizeram revirar os olhos de impaciência. Ele estica demasiado a história. Acho sinceramente que o livro poderia ter metade das páginas que tem e, aí sim o ritmo poderia ser acelerado, como dizem na capa. Como está, torna-se fastidioso, não senti problemas em parar de ler e não senti urgência em voltar à leitura. Acho também que o autor se perdeu um pouco na própria história, envolveu tantas personagens, quase todas com intenções dúbias, para que ficássemos na expectativa até à última página, que acabou por tornar o enredo um pouco confuso e pouco claro. Eu pelo menos não achei uma leitura muito envolvente.

Em jeito de conclusão, se tiverem oportunidade de o lerem, não será um completo desperdício de tempo, porque não é um mau livro mas, falta-lhe qualquer coisa. Da minha parte serviu-me para deixar de olhar para ele nas livrarias e, provavelmente não lerei o Pânico, também do Jeff Abbott, a não ser que me venha parar às mãos por alguma razão. :)

6 comentários:

  1. Olá,

    Pois, parece que ambos os livros sofrem do mesmo. É pena porque as histórias em si até tinham potencial. No entanto, e como sou teimosa (o que por vezes não é lá muito bom) vou dar mais uma hipótese a este autor e tentar outro livro dele, mas não agora, mais tarde.
    Obrigado pelo comentário.

    Beijinhos e Boas Leituras

    Patrícia
    Pedacinho Literário

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  2. Mau.A história estica quando não tem já nada para dar. Mais valia ter continuado com a saga de Gabriel Allon, de Daniel Siva, este sim um bom escritor.

    Filipe

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  3. Filipe: Nunca li nada do Daniel Silva mas oiço falar tão bem que é daqueles autores que sei que virão parar à minha estante um dia destes. :)

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  4. Eu li o colisão e gostei muito!

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