Título original: A Estrela de Gonçalo Enes
Ano da edição original: 2007
Autor: Rosa Lobato de Faria
Editora: Quasi Edições
Ano da edição original: 2007
Autor: Rosa Lobato de Faria
Editora: Quasi Edições
"Trata-se de uma obra leve e descontraída sobre a vida e aventuras de
dois personagens quase esquecidos da História de Portugal, mais
especificamente da Época das Descobertas. São personagens reais se bem
que quase todo o enredo seja ficcionado.
Gonçalo Enes ficou na História pela descoberta das grutas de Tassili N’Ajjer.
Trata-se de um jovem órfão de pai, nascido e criado na aldeia algarvia de Bensafrim.
Encantado pela estrela Sirius, que o ilumina e encanta durante toda a vida, o jovem Gonçalo, desiludido por um amor impossível, abre o seu destino às incríveis aventuras do Império que El-rei D. Afonso sonhava construir.
Pelas aldeias indígenas de África, pelas cidades encantadas de Marrocos, pelas areias misteriosas do deserto, Gonçalo leva consigo o espírito de aventura e coragem que transformou este pequeno país num mundo inteiro de esperança e riqueza."
Gonçalo Enes ficou na História pela descoberta das grutas de Tassili N’Ajjer.
Trata-se de um jovem órfão de pai, nascido e criado na aldeia algarvia de Bensafrim.
Encantado pela estrela Sirius, que o ilumina e encanta durante toda a vida, o jovem Gonçalo, desiludido por um amor impossível, abre o seu destino às incríveis aventuras do Império que El-rei D. Afonso sonhava construir.
Pelas aldeias indígenas de África, pelas cidades encantadas de Marrocos, pelas areias misteriosas do deserto, Gonçalo leva consigo o espírito de aventura e coragem que transformou este pequeno país num mundo inteiro de esperança e riqueza."
Gosto de Rosa Lobato de Faria, já o disse mas, também já o disse que os primeiros livros que escreveu são aqueles que mais me encantam. As suas últimas obras têm-me deixado sempre com a sensação de que falta alguma coisa e de que não é aquela a Rosa Lobato de Faria que encontro em obras como O Prenúncio das Águas, O Sétimo Véu, A Trança de Inês e Os Pássaros de Seda. Não sei o que mudou, se eu se a escrita dela mas, qualquer que seja a razão, a estranheza que sinto nos últimos livros dela é algo do qual não me consigo abstrair.
A Estrela de Gonçalo Enes foi escrito em 2007 e, portanto acabou por ser um dos que me deixou desconfortável, a procurar durante a leitura algo que me lembrasse porque gosto de ler Rosa Lobato de Faria...
A Estrela de Gonçalo Enes tem como personagem central, Gonçalo Enes, uma figura importante da história portuguesa, que viveu na época dos descobrimentos. Gonçalo Enes nasceu e cresceu em Bensafrim, criado pela mãe, viúva com quem mantinha uma relação muito cúmplice. Um dia apaixona-se pela rapariga mais bonita da aldeia, Balbina, e esta corresponde aos sentimentos do rapaz. Começam a namorar, às escondidas, pois o pai de Balbina não é para brincadeiras. E é às escondidas que se amam, nos campos de Bensafrim, livremente, descobrindo-se mutuamente, entregado-se de forma irreversível. Nasce entre eles um amor que durará a vida toda, sem nunca esmorecer.
Quando o pai de Balbina se apercebe de que andará mouro na costa a sondar a sua menina, decide apressar o casamento desta com Barnabé, a quem havia prometido a menina quando esta era ainda uma criança. Contrariada e sem coragem para enfrentar o pai, Balbina casa-se com Barnabé e Gonçalo, destroçado, parte à aventura, pelos mares fora a descobrir o mundo.
A partir daqui viajamos com Gonçalo Enes e, mais tarde, Pero de Évora, por África, onde este dois vivem aventuras atrás de aventuras, acabando por descobrir as grutas de Tassili N’Ajjer, na Argélia, conhecidas pela sua importância arqueológica.
E basicamente é isto, Gonçalo Enes anda pelo mundo a divertir-se, não esquecendo nunca a sua amada e Balbina vive amargurada presa a um casamento que não desejou junto a um homem que não ama e a quem não consegue dar um filho.
A história acaba por ser contada de uma forma muito simplista, sem aprofundar nada em particular, excepção feitas às inúmeras descrições dos encontros sexuais que Gonçalo Enes tem ao longo da sua vida... Rosa Lobato de Faria abusou neste livro, fiquei com a impressão de que todo o livro gira à volta do sexo e que tudo o resto é secundário.Sexo à parte, o livro tem momentos em que é possível reencontrar algum do encanto presente nos seus primeiros livros, com as descrições simples mas bonitas e cheias de significado e com personagens fortes com quem nos conseguimos identificar, no entanto esse momentos não estão em maioria.
Não posso dizer que não gostei mas é, sinceramente e por muito que me custe dizê-lo, um livro que não me ficará na memória por muito tempo porque, na realidade, não trouxe nada de significativo ao mundo da literatura.
Recomendo porque é da Rosa Lobato de Faria e porque sei que muita gente não partilha deste meu desencanto com as obras mais recentes da escritora falecida em 2010.
Boas leituras!
Excerto:
"Foi a estrela de Sirius que o levou até ao mar.
Gonçalo Enes vivia no campo com a mãe, mas tinha aquele enlevo de levantar os olhos da terra, que trabalhava de dia, para o céu que o atraía de noite.
Quando a mãe dormia, se o tempo era quente e a noite serena, vinha sentar-se no escabelo do alpendre a ouvir os ralos e a tentar decifrar aquela imensidão de estrelas que pareciam falar-lhe. Foi o Padre Palma que lhe disse que aquela estrela se chamava Sirius e era a mais brilhante da abóbada celeste (...) E então concentrou o seu amor pelas estrelas naquela ali, tão formosa, que o fazia pensar se a veriam outros em outras paragens, ou se só ele, no seu palmo de terra, do alpendre da sua casinha caiada, era capaz de enxergar."
Nota: Não sei se por nabice minha ou por não existir mesmo, mas não consigo encontrar na Internet informação sobre a personagem Gonçalo Enes a não ser a que vem associada a este livro da Rosa Lobato de Faria. Está a escapar-me algum pormenor? :/
eu apenas li A Trança de Inês. Tenho para ler As Esquinas do Tempo, de que já li o primeiro capitulo na internet e como gostei decidi comprar. Contudo ao ler o que escreveste fiquei um bocado apreensiva...
ResponderEliminarÉ dificil encontrar qualquer tipo de informação sobre muitas coisas já que a maior parte da informação em português é feita por brasileiros e pelo que percebi este será uma personagem histórica pouco conhecida e daí não encontrares nada.
Ainda conheço pouco a sua obra, pois só a conheci após a sua morte. E sim devido a uma ideia errada que tinha sobre os seus livros. Mas quando a descobri fiquei fã da sua escrita. Os meus preferidos são os dois primeiros que li, "O Sétimo Véu" e "O Prenúncio das Águas". Depois disso já li "A Trança de Inês", que também gostei imenso e ainda quero ler mais uns que já li boas opiniões, como "Os Três Casamentos de Camila" e "Os Pássaros de Seda". Este também me parece interessante.
ResponderEliminarQuanto a Herta Müller fico a aguardar a leitura do teu que tens para ler, pois é uma autora que quero voltar.
Madrigal: Não deves ficar apreensiva porque as opiniões valem o que valem. A minha irmã, por exemplo, gostou muito do "As Esquinas do Tempo", que eu gostei, mas lá está não é como os primeiros livros dela... :)
ResponderEliminarJá estamos tão habituados a encontrar tudo na Internet que, quando não o encontramos achamos estranho. :)
tonsdeazul: Esses que referes são os que mais gosto dela!
Os livros por ler têm vindo a acumular por estes lados... Vamos ver quando chega a vez de Herta Müller. :)