dezembro 07, 2016

A Prayer for Owen Meany - John Irving

Título original: A Prayer for Owen Meany
Ano da edição original: 1989
Autor: John Irving 
Editora: Harper

"«I am doomed to remember a boy with a wrecked voice not because of his voice, or because he was the smallest person I ever knew, or even because he was the instrument of my mother's death, but because he is the reason I believe in God; I am a Christian because of Owen Meany.» In the summer of 1953, two eleven-year-old boys - best friends - are playing in a Little League baseball game in Gravesend, New Hampshire. One of the boys hits a foul ball that kills the other boy's mother. The boy who hits de ball doesn't believe in accidents; Owen Meany believes he is God's instrument. What happens to Owen, after that 1953 foul ball, is extraordinary."

John Irving é um dos meus escritores favoritos, não é segredo. Gosto particularmente da forma como nos permite acompanhar a vida das personagens, desde que nascem até ao dia em que morrem. Também gosto do sentido de humor que está presente em todos os livros que já li dele.

Este, A Prayer for Owen Meany, não me encheu as medidas e sinto que estou a cometer, quase uma heresia, porque as opiniões que tenho lido são todas tão boas que sinceramente fico um pouco constrangida. Para mim, neste livro, John Irving alongou-se demais, e sinto que o livro se tornou um pouco repetitivo. Por outro lado, não senti qualquer empatia com Owen Meany. Não sei se estava à espera que ele fosse mais "adorável", o que também não faz muito sentido, conhecendo John Irving, dificilmente Owen seria "adorável". Isto, aliado ao tema da fé e da religião, fez com que este livro, não me tivesse tocado particularmente. Não me identifiquei com o tema, com as personagens e com as sua angustias e julgo que foi, essencialmente por isso, que não me encheu as medidas.

No que à história diz respeito, não há muito a acrescentar ao que já é dito na sinopse.
O narrador desta história fantástica, quase uma versão alternativa da vida de Cristo, é John Wheelwright o melhor amigo de Owen Meany. John é neto da mulher mais rica e respeitada de Gravesend, New Hampshire e Owen é filho do dono de uma pedreira da cidade. John é um miúdo normal, sem nada que o destaque das outras crianças, a não ser o facto de não saber quem é o seu pai. Owen é a pessoa mais pequena que Gravesend conhece, possui uma voz estridente, é inteligente e é a pessoa mais obstinada e tenaz que John alguma vez conheceu ou viria a conhecer na sua vida. A história gira à volta destes dois e da amizade que os une, mesmo depois de Owen ter, acidentalmente, morto a mãe de John num jogo de basebol.
Owen acredita que Deus tem uma missão para ele, missão essa que lhe é revelada num sonho recorrente. Depois de, durante a peça de Natal onde faz de menino Jesus, ter uma visão, onde vê a sua lápide com o dia e ano em que morreu, Owen passa a ter a certeza de que sabe onde, quando e como vai morrer. John não acredita em nada do que o amigo diz e faz tudo para o convencer de que é apenas um sonho.
A verdade é que Owen passa a viver em função daquilo que julga ser certo e imutável. Prepara-se para aquele dia, fazendo tudo para estar onde acha que Deus lhe disse para estar naquele dia. Até que ponto é ele quem provoca a sua morte? Até que ponto poderia ter sido diferente? Não sabemos. Ninguém sabe e ninguém pode saber.
John, quase sem se aperceber é absorvido pela força de Owen. Tudo aquilo que conquista e todas as suas escolhas acabam por ser condicionadas por Owen, que parece saber exactamente por onde John deve seguir e o que é melhor para amigo. Quase que deixa tudo preparado e encaminhado para que John não se perca depois de ele morrer. E John não se perde, mas também não avança muito, preso a uma personagem inesquecível e a uma história difícil de acreditar. É agora crente mas, como São Tomé, precisou de ver para crer.

E, sem entrar em mais pormenores, é isto.

Embora tenha sido um livro que me pareceu longo demais, lê-se relativamente bem. Tem o cunho de John Irving espalhado pelas páginas, no entanto, para mim não tem John Irving suficiente. Não posso, no entanto, não recomendar a leitura. Acho que, embora não sendo um livro para toda a gente, é um livro que vale a pena ler.

Boas leituras!

Excerto (pág. 79):
"And so that day after Thanksgiving, when Owen Meany met my cousins, provided me two very powerful images of Owen - especially on the night I tried to get to sleep after the foul ball had killed my mother. I lay in bed knowing that Owen would be thinking about my mother, too, and that he would be thinking not only of me but also of Dan Needham - of how much we both would miss her - and if Owen was thinking of Dan, I knew that he would be thinking about the armadillo too."


Este foi uma das histórias de John Irving que serviu de inspiração ao cinema - Simon Birch. Fica aqui o trailer:

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