Título original: Nuestro GG en la Habana
Ano da edição original: 1984
Autor: Pedro Juan Gutiérrez
Tradução: Magda Bigotte de Figueiredo
Editora: Publicações Dom Quixote
Ano da edição original: 1984
Autor: Pedro Juan Gutiérrez
Tradução: Magda Bigotte de Figueiredo
Editora: Publicações Dom Quixote
Baseado em factos reais, este romance recria um momento apaixonante, e até agora desconhecido, da história cubana mais recente. É, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre a arte da escrita e os avatares do ofício de escritor."
Foi muito bom regressar a Pedro Juan Gutiérrez. Acho a escrita dele muito envolvente e toda a dinâmica cubana muito divertida, embora os temas subjacentes não sejam motivo para diversão.
Em O Nosso GG em Havana, o escritor Graham Greene vê-se, involuntariamente envolvido no submundo de Havana em 1955, quando descobre, nas primeiras páginas dos jornais, que se encontra preso em Havana, em circunstâncias no mínimo embaraçosas para si.
Em Havana, em 1955, coexistiam, com diferentes interesses, agentes do FBI, do KGB, caçadores de nazis e a mafia italiana. E todos eles parecem interessados em que Graham Greene dê uma ajuda às suas causas. 😊
É um livro pequenino, que se lê numa tarde de praia, ou no jardim. E, embora seja um livro pequenino, com tão poucas páginas, consegue ser um livro divertido, com as habituais referências sexuais, onde todo o ambiente vivido em Havana salta da páginas e sentimos o calor denso nas casas, ouvimos a música dos cafés e quase conseguimos sentir o cheiro das ruas de Havana.
Acho que Pedro Juan Gutiérrez não é um escritor que agrade a todos, mas acho que só se o lermos teremos a certeza se se entranhou ou se se estranhou. :) No meu caso entranhou-se logo no primeiro livro que li dele e nunca o estranhei.
Procurem-no nas estantes das vossas bibliotecas e dêem-lhe uma oportunidade. Acho-o uma óptima companhia.
Boas leituras!
Excerto (pág. 16):
"Os cartazes apareciam cobertos de fotografias de homens e mulheres nuas, exibindo a sua beleza. As arcadas tinham lâmpadas coloridas. GG atravessou para o passeio em frente para observar o ambiente antes de entrar na sala. Havia putas baratas e sujas, vendedores de bagatelas, barracas de fritos, gente, ruído, música, luzes coloridas. Centenas de chineses, contaminados pelos cubanos haviam perdido a sua tradicional compostura, lenta, silenciosa e comedida. Gritavam, vociferavam, apreciavam a mercadoria, moviam-se rápida e incessantemente. Havia um cheiro enjoativo a fruta podre e a fritos de tasca ordinária. Duas putas aproximaram-se dele sorrindo. Suadas e sujas, cheiravam mal. Uma tinha os dentes estragados pelas cáries. Mal olhou para elas e rapidamente se escapuliu. Atravessou de novo a Rua Zanja. Comprou bilhete. Cobraram-lhe um dólar e cinquenta, mais do que o preço real, e entrou na sala."
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