Título original: The Strawberry Thief
Ano da edição original: 2019
Autor: Joanne Harris
Tradução: Ana Saldanha
Editora: Porto Editora
Ano da edição original: 2019
Autor: Joanne Harris
Tradução: Ana Saldanha
Editora: Porto Editora
"O coração de Vianne Rocher, a encantadora e inquieta maga do chocolate, parece ter finalmente serenado. A vila de Lansquenet-sous-Tannes, que em tempos a rejeitou, é agora o seu lar. Com a filha mais velha, Anouk, a viver em Paris, Vianne dedica-se por inteiro à chocolaterie e a Rosette, a filha mais nova, a sua menina "especial". A acompanhá-las estão os seus amigos do rio, os extravagantes vizinhos, e o circunspecto padre Reynaud. Mas o vento, quando sopra, traz sempre mudanças… E estas começam com a morte de Narcisse, o temperamental florista. A vila fica em alvoroço pois Narcisse deixa não só uma surpreendente herança a Rosette, mas também uma inesperada confissão.
Nada voltará a ser como dantes. E quando uma loja nova abre onde antes se dispunham as magníficas flores de Narcisse, tudo parece um prenúncio de algo: um confronto, alguma turbulência, ou talvez até… um crime? Conseguirá Vianne impedir que o vento leve tudo o que lhe é mais querido?
Há magia no ar. Há luz e sombra. Vingança e amor. Vinte anos depois da publicação de Chocolate, Joanne Harris regressa à pitoresca vila francesa num romance sobre a força do passado, o poder da memória e a aceitação das marcas que a vida deixa em nós."
Sinto saudades de um livro de Joanne Harris que me encha as medidas. Não consigo sentir muito interesse pelo que se passa na vida de Vianne porque sempre a achei uma chata, mascarada de excêntrica. É chata, é aborrecida e desinteressante.
Vianne está, neste livro, particularmente parva e incoerente. No entanto, o maior protagonismo de Rosette acaba por tornar o livro menos aborrecido e menos óbvio, porque Rosette é uma miúda especial, mesmo para os padrões da família Rocher. É mais complexa, mais densa e perspicaz. É uma miúda inteligente e destemida, com vontade de viver a própria vida sem medos e limitações.
A Menina que Roubava Morangos não deixa, no entanto, de ser mais do mesmo. A mudança do vento, a chegada de uma estranha irresistivelmente sedutora, que ameaça a paz e o sossego dos habitantes de Lansquenet-sous-Tannes, e em particular, parece ameaçar tudo o que Vianne conseguiu alcançar e que ama na sua vida.
Por mais que me custe, não sei se voltarei a ler mais algum livro da Joanne Harris que inclua a Vianne Rocher. Conhecendo todos os outros livros dela e todas personagens femininas que já criou, sei do que ela é capaz e, por isso, tenho muita dificuldade em gostar de Vianne e em reconhecer-lhe as qualidades que me levariam a querer saber mais sobre a sua vida.
Recomendo, para quem gosta do universo Vianne Rocher. Para quem nunca leu Joanne Harris, acho que deveriam começar por qualquer outro, fora da saga Vianne.
Boas leituras!
Excerto (pág. 144):
"Voltei para a chocolaterie invadida por uma profunda sensação de inquietude. Morgane ficou a observar-me da porta, com as suas calças pretas largas a esconder aqueles pés perturbadores. O que quer que fosse que os antigos Chineses acreditassem, não tenho razão para pensar que há algo de maléfico em Morgane; e, no entanto, tudo nela me deixa inquieta. A sua chegada, na mudança do vento. As cores à volta da entrada da loja dela. A maneira como Rosette se sentiu atraída para ela apesar dos meus avisos de que devia manter-se afastada. E, agora a conversa dela sobre os Maias parece demasiado a propósito para ser uma coincidência."
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