Ano da edição original: 1974
Autor: James Baldwin
Tradução: José Mário Silva
Editora: Penguin Random House - Grupo Editorial Portugal
Um romance manifesto contra a injustiça da justiça e uma história de amor intemporal, é hoje tão pertinente e tão comovente quanto no dia da sua publicação.”
Se Esta Rua Falasse passa-se nos anos 70, nos Estados Unidos e conta a história de Fonny, acusado e condenado, por ter abusado sexualmente de uma mulher, e da luta da sua namorada, Tish, e da família desta para provar a sua inocência. Um pequeno grande pormenor, Fonny e Tish são negros, o que faz toda a diferença nesta história.
James Baldwin conta-nos a história destes dois, como se conheceram e se apaixonaram e tudo o que os levou a estarem naquela situação desesperada.
Acho que poderia ser um livro mais longo, acabou por ser tudo contado de uma forma um pouco atabalhoada e acabou sem que existisse grande propósito para toda aquela jornada.
Foi o meu primeiro livro de James Baldwin e não sei o que estava à espera de encontrar, mas achei que me iria sentir mais ligada à história e às personagens e isso não aconteceu.
Não fiquei fã da escrita, que me pareceu muito simples e que não me conseguiu transmitir grande emoção. Não fiquei fã da forma como a história é contada, sem grande fluidez e onde a passagem do tempo me pareceu pouco coerente.
Tenho pena, porque a história tem muito potencial mas sinto que, apesar da relevância da história e de todo o contexto que a envolve, como obra literária acho que fica muito aquém. Não sei se ele terá livros diferentes, mais bem desenvolvidos, mas não fiquei com muita curiosidade para descobrir a restante obra dele.
Recomendo? Assumindo que o meu problema com o livro não está relacionado com a edição ou com uma tradução manhosa, se for honesta, de certeza que existem livros muito semelhantes e mais bem conseguidos, por isso tenho alguma dificuldade em recomendar.
Boas leituras!
Excerto:
O Fonny tinha descoberto algo que era capaz de fazer, que queria fazer, e isso salvou-o da morte que se preparava para colher tantos da nossa geração. Embora a morte assumisse muitas formas, embora as pessoas morressem jovens de maneiras diferentes, a morte propriamente dita era muito simples e a causa igualmente simples: tão simples como uma praga: diziam aos miúdos que não valiam nada e tudo o que viam à sua volta confirmava a ideia. Esforçavam-se, esforçavam-se, mas caíam como moscas, e juntavam-se nos montes e lixo das suas vidas, como moscas. E talvez eu me tenha agarrado ao Fonny, talvez o Fonny me tenha salvado, porque ele era provavelmente o único rapaz meu conhecido que não andava a drogar-se ou a beber vinho a martelo ou a roubar pessoas ou a fazer assaltos à mão armada em lojas – e nunca domava o cabelo: estava sempre em pé.
Existe uma adaptação do livro para o cinema - If Beale Street Could Talk:
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