setembro 06, 2018

História de um Cão Chamado Leal - Luís Sepúlveda

Título original:Historia de un perro llamado Leal
Ano da edição original: 2016
Autor: Luís Sepúlveda
Ilustrações: Paulo Galindro
Tradução: Helena Pitta
Editora: Porto Editora

"Afmau, que significa «leal e fiel» na língua mapuche, a língua da Gente da Terra, é o nome ideal para um filhote de pastor-alemão que, sobrevivendo à fome e ao frio da montanha onde nasceu, assim demonstra a sua enorme lealdade à vida. Na companhia de Aukamañ, um rapazinho mapuche, Afmau aprende a conhecer o mundo que o rodeia e a respeitar a diversidade da natureza.
Porém nem todos pensam da mesma forma: um bando de estrangeiros, com costumes estranhos aos da Gente da Terra, chega à aldeia onde Afmau vive, semeando o caos e o medo.
Condenado daí em diante a uma vida de servidão e crueldade, obedecendo a uma missão odiosa - perseguir e capturar todos os que se oponham ao bando de estrangeiros -, o destino acaba por proporcionar a Afmau uma derradeira oportunidade de redenção, numa fábula maravilhosa e naturalista onde Luis Sepúlveda reflete sobre o peso do passado e da memória, a força da amizade e da solidariedade e o respeito pela Terra e por todos quantos nela habitam."
 
Gosto muito destes livros do Luis Sepúlveda, mais virados para um público mais novo. As histórias são muito bonitas e cheias de amor e ensinamentos. Os livros, visualmente são lindos, apetece tocar e cheirar.
Mais uma vez, fiquei rendida às ilustrações de Paulo Galindro, acho que captam muitíssimo bem a história que se está a contar. Uma dupla vencedora, sem dúvida.

História de um Cão Chamado Leal, conta a história de Afmau, "leal e fiel" na língua mapuche, um pastor-alemão, que ainda cachorrinho se perdeu da sua família canina, tendo sido acolhido por Wenchulaf, chefe de uma tribo mapuche. Afmau cresceu, no seio desta sua nova família, tendo como companheiro inseparável, Aukamañ o neto de Wenchulaf. Com eles aprende viver em harmonia com a natureza e a respeitá-la.

Um dia a aldeia é invadida por estrangeiros, wingkas, interessados nos recursos naturais do sítio. Toda  a tribo é expulsa e Wenchulaf acaba por ser assassinado por estes wingkas, que levam Afmau com eles. A partir desse dia, Afmau vive preso e obrigado a caçar e ameaçar em nome dos wingkas que o roubaram. 
Quando um dia o chefe do bando de wingkas manda que siga o rastro de um índio "esperto, desses que sabem ler e escrever. É muito novo, mas já anda a sublevar os mapuches e a incitá-los a recuperar as suas terras", Afmau percebe que se trata de Aukamañ. Entregar Aukamañ aos wingkas não é sequer uma hipótese, Afmau prefere morrer a permitir que isso aconteça. Talvez consiga iludir os wingkas e aproveitar a oportunidade para se reunir novamente com o seu companheiro de sempre. Talvez consiga...

É uma história bonita sobre a amizade, sobre a lealdade e sobre o respeito pela natureza, pelos animais. É uma história, sobre a importância de respeitarmos outras culturas e de aprendermos com elas. 

Gostei muito e recomendo sem reservas para pequenos e graúdos.

Boas leituras!

Excerto (pág.47):
"Juntos crescemos na cadência dos verões curtos e dos longos invernos austrais. Juntos, aprendemos com o velho Wenchulaf que a vida deve aceitar-se com gratidão. Por isso, eu e o pequeno Aukamañ olhávamo-lo com respeito quando pegava na fogaça e, antes de cortar as fatias para ele e para Kinturray, agradecia a ngünemapu aquele kofke, o alimento oferecido pela terra."

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