setembro 15, 2018

[Kindle] Jesus Cristo Bebia Cerveja - Afonso Cruz

Título original: Jesus Cristo Bebia Cerveja
Ano da edição original: 2012
Autor: Afonso Cruz
Editora: Penguin Random House Grupo Editorial Portugal

"Uma pequena aldeia alentejana transforma-se em Jerusalém graças ao amor de uma rapariga pela sua avó, cujo maior desejo é visitar a Terra Santa. Um professor paralelo a si mesmo, uma inglesa que dorme dentro de uma baleia, uma rapariga que lê westerns e crê que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria, são algumas das personagens que compõem uma história comovente e irónica sobre a capacidade de transformação do ser humano e sobre as coisas fundamentais da vida: o amor, o sacrifício, e a cerveja."

O meu primeiro contacto com Afonso Cruz foi o pequeno grande livro Os Livros Que Devoraram o Meu Pai - A Estranha e Mágica História de Vivaldo Bonfim (a minha opinião aqui), e que me despertou a curiosidade para outras obras dele. 
Jesus Cristo Bebia Cerveja é, naturalmente diferente, até porque é direccionado para outra faixa etária, no entanto gostei. Identifico-me com a escrita e com a forma como a história é contada e Afonso Cruz entrou, definitivamente, no meu radar. Adoro ler novos escritores, gostar do que escrevem e ter a oportunidade de ir descobrindo tudo o que já fizeram e irão fazer.

Jesus Cristo Bebia Cerveja é um livro que se lê bem, com uma história não muito óbvia e "normal". Embora esteja escrito com algum sentido de humor, o título já nos faz esperar algo do género, não é uma leitura de verão, levezinha e inconsequente. Julgo que a sinopse resume muito bem o livro, é uma história comovente e irónica sobre o amor, o sacrifício, e a cerveja. :)

Se ainda não conhecem Afonso Cruz, aconselho vivamente que o façam. Original e divertido é o que me ocorre quando penso nos livros, poucos, que li dele. 

Recomendo sem hesitações.

Boas leituras! :)

Excerto:

"Miss Whittemore dorme dentro de um cachalote que um antepassado seu caçou nos mares do Sul. A ossada da baleia mede dezasseis metros e a sua cama, instalada entre as costelas, tem quase três metros de comprimento. Quando acorda, bem como ao deitar, bebe um chá de jasmim-pérola importado de Singapura, com duas gotas de leite de burra e outra de leite de porca. Veste-se e penteia-se antes de descer para o salão. 
A casa principal tem dois andares, mas Miss Whittemore é dona de toda a aldeia. Na década de 1980, quando a povoação era habitada por apenas um casal, Miss Whittemore comprou todas as casas do lugar, todos os terrenos rurais e urbanos. Deu início à recuperação dos edifícios e, quando viu terminado o restauro, encomendou habitantes, a maioria de zonas limítrofes. Quis juntar à aldeia algumas personagens de relevo intelectual, por isso achou que seria edificante mandar vir um sábio hindu e um feiticeiro yorubá, acrescentando a estes um padre (que morreu após o primeiro almoço na aldeia) e o professor Borja, a contraparte laica e ateia. A desculpa ecléctica é a educação humanista, contudo, são apenas um disfarce para as saudades que têm das colónias e dos lugares em que viveu na sua infância, nomeadamente a Índia e a África Ocidental."

1 comentário:

  1. Tenho ouvido falar muito bem do "Para onde vão os guarda chuva" e se for bom arriscaria comprar...

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