Título original: A Cidade do Medo - Não Matarás vol.I
Ano da edição original: 2010
Autor: Pedro Garcia Rosado
Editora:Edições ASA
Ano da edição original: 2010
Autor: Pedro Garcia Rosado
Editora:Edições ASA
"Para a Polícia, a morte violenta de um sem-abrigo cuja identidade é
quase impossível de determinar não é uma ocorrência a que se possa
dedicar muito tempo. Mas a situação altera-se na manhã seguinte:
aparecem mortos, da mesma maneira, mais dois sem-abrigo na Baixa de
Lisboa. E, dois dias depois, são três os sem-abrigo atacados. O serial
killer começa, porém, a deixar pistas - e estas apontam para um culto
satânico, mas também para a maçonaria. Com o medo a instalar-se em
Lisboa, onde o assassino vai multiplicando os seus actos de violência, e
enquanto Joel Franco começa a descobrir as origens desta vaga de
crimes, o presidente da Câmara de Lisboa e um seu discreto aliado na
própria PJ percebem quem é o autor das mortes: o homem que quiseram
transformar em bode expiatório quando começou a correr mal o comércio
ilícito de terrenos na zona do projectado aeroporto da Ota. No qual
pontificara o presidente da Câmara quando ainda era ministro do
Ambiente… E em breve vão estar frente a frente dois homens que, à sua
maneira, procuram justiça: o assassino propriamente dito e Joel Franco,
que tenta vingar a morte de um amigo de infância em cada homicida que
persegue. É bem provável que ambos desafiem a antiquíssima norma que
regula a sociedade humana: «Não matarás.»
«Não Matarás» é uma série de thrillers ambientados em Portugal e com personagens portuguesas. O seu protagonista é Joel Franco, inspector na Secção de Homicídios da Polícia Judiciária que, em todos os crimes que resolve, sabe estar a vingar uma morte a que assistiu na infância."
«Não Matarás» é uma série de thrillers ambientados em Portugal e com personagens portuguesas. O seu protagonista é Joel Franco, inspector na Secção de Homicídios da Polícia Judiciária que, em todos os crimes que resolve, sabe estar a vingar uma morte a que assistiu na infância."
Depois de muito resistir eis que um ereader me entra pela porta a dentro... :) A resistência tinha muito a ver com o preço dos aparelhos, o preço incompreensível dos ebooks e a pouca variedade de livros em português. Acabei sempre por ir adiando a compra.
O dia acabou por chegar e, para estrear o meu Kindle, um autor português de quem tenho lido boas críticas e que tinha esta série Não Matarás a preços convidativos.
O dia acabou por chegar e, para estrear o meu Kindle, um autor português de quem tenho lido boas críticas e que tinha esta série Não Matarás a preços convidativos.
Depois de ultrapassadas as exasperantes dificuldades em tornar o epub compatível com o Kindle, preparei-me para estranhar a leitura. E afinal, não estranhei... assim tanto. Não acho que seja para todo o tipo de livros, mas a verdade é que a leitura é muito cómoda, consegue-se ler em qualquer lado e o dispositivo é leve e de fácil utilização. Do que é que senti falta? Da parte mais emocional que associo ao acto de ler, do toque do papel, do cheiro dos livros e de fechar e ter uma capa pela qual podemos passar a mão. Essas pequenas grandes coisas que facilitam uma espécie de ligação emocional com o livro, com a história e com as personagens. No entanto, gostei da experiência e não estou desiludida com a aquisição. Acho que vou usá-lo muito, mesmo tendo em conta as limitações que ainda existem ao nível do mercado de livros eletrónicos.
Mas falemos do livro porque estamos no Quero um Livro e não no Comprei um Kindle. E agora?!. :)
Já não sei muito bem como é que os livros de Pedro Garcia Rosado entraram no meu radar, mas ainda bem que entraram.
A Cidade do Medo inicia a trilogia Não Matarás, que inclui ainda Vermelho da Cor do Sangue e Triângulo.
A Cidade do Medo é um policial em português passado em Portugal e é bastante bom! E porque é que estou surpreendida? Bem de acordo com recente formação, todos nós somos enviesados e este era definitivamente um caso de enviesamento. Posso estar enganada, uma vez que o género não abunda nas minhas estantes, mas a verdade é que não abundam escritores portugueses de policiais. Não me recordo de alguma vez ter lido um livro do género de um escritor português.
Por se tratar de um policial, para os quais convém partir sem grande informação, tenho sempre algum receio de dizer demais e estragar as surpresas do livro, por isso não me vou alongar.
A Cidade do Medo é uma história de corrupção, de alienamento social, de vingança e é, também um retrato interessante deste nosso país à beira mar plantado.
Não precisam de saber mais do que já é dito na sinopse e acho que basta dizer-vos que o livro está muito bem escrito, a história prende-nos, as personagens são interessantes e a leitura flui com muita naturalidade.
Recomendo sem quaisquer hesitações. E já tenho os outros dois livros que completam a trilogia na minha nova biblioteca digital. :)
Boas leituras!
A Cidade do Medo é uma história de corrupção, de alienamento social, de vingança e é, também um retrato interessante deste nosso país à beira mar plantado.
Não precisam de saber mais do que já é dito na sinopse e acho que basta dizer-vos que o livro está muito bem escrito, a história prende-nos, as personagens são interessantes e a leitura flui com muita naturalidade.
Recomendo sem quaisquer hesitações. E já tenho os outros dois livros que completam a trilogia na minha nova biblioteca digital. :)
Boas leituras!
Excerto:
"O colega mantém-se imóvel. Joel avança na sua direção. Vê-lhe os pés descalços, as calças do pijama de flanela, os braços estendidos e as mãos de dedos flectidos. E, depois, o rosto. Tem uma expressão de dor e os olhos estão abertos. Muito abertos. Cheira a urina. Da casa de banho ou do corpo de Augusto?
Joel sacode-o, mas o amigo não se mexe. Puxa-lhe por uma mão, mas ele não reage. E não respira. Joel empalidece. Até este momento foi poupado a um contacto directo com a morte. O pai morreu na guerra, mas o corpo ficou em África, desfeito. Augusto é o primeiro morto que vê. Joel aproxima-se mais, vence o medo e a repugnância e fixa o olhar nos olhos baços do amigo.
Todos os dias lhe dizem que a morte é uma passagem para um mundo melhor. Mas o rosto de Augusto não tem a expressão dos crentes."
Joel sacode-o, mas o amigo não se mexe. Puxa-lhe por uma mão, mas ele não reage. E não respira. Joel empalidece. Até este momento foi poupado a um contacto directo com a morte. O pai morreu na guerra, mas o corpo ficou em África, desfeito. Augusto é o primeiro morto que vê. Joel aproxima-se mais, vence o medo e a repugnância e fixa o olhar nos olhos baços do amigo.
Todos os dias lhe dizem que a morte é uma passagem para um mundo melhor. Mas o rosto de Augusto não tem a expressão dos crentes."