setembro 22, 2019

Bem-Vindos a Joyland - Stephen King

Título original: Joyland
Ano da edição original: 2012
Autor: Stephen King
Tradução: Ana Lourenço
Editora: 11x17

"Carolina do Norte, 1973. Na esperança de conseguir esquecer a namorada que lhe despedaçou o coração, Devin Jones, um estudante universitário, vai trabalhar na Joyland, um parque de diversões. Contudo, acaba por se ver confrontado com algo muito mais terrível: uma rapariga, Linda Gray, vítima de um perverso homicídio, cujo espírito assombra o comboio-fantasma. O assassino ainda está à solta e Devin decide encontrá-lo.
Com todo o impacto emocional das grandes obras de Stephen King, Bem-Vindos a Joyland é ao mesmo tempo um policial, uma história de terror e um romance agridoce que nos agarra até ao fim. "

Já não é novidade que gosto muito de Stephen King. Sabendo que é praticamente impossível estar a par de tudo o que ele vai escrevendo, de vez em quando vou vendo o que de novo está a ser editado por cá. Com a saída dos filmes IT e IT Chapter Two (se ainda não viram, não deixem de o fazer) desta vez dei por mim com algumas opções, recentemente editadas em Portugal. Aproveitando a Feira do Livro de Lisboa, este foi o escolhido para satisfazer e minha ocasional necessidade de voltar a Stephen King. :)

Devin Jones, um jovem universitário a precisar de trabalhar, decide passar as férias em Joyland, um parque de diversões numa pequena localidade. Em Joyland é surpreendido pelas pessoas que vivem e trabalham no parque, pela forma como o acolhem e pela forma como o parque acaba por ser algo tão importante para a comunidade.
Nesse Verão, Devin, no caminho que faz todos os dias entre a pensão e o parque, trava amizade com Mike, um rapaz, com vários problemas de saúde, e com a sua jovem mãe Annie, que toma conta dele. Os dois vivem num casarão velho, sozinhos e Devin sente uma enorme curiosidade pelos dois, até que surge a oportunidade de os conhecer. Nessa altura, o destino de Devin parece começar a cumprir-se e o que quer que o tenha levado a Joyland e a ter permanecido para além do inicialmente previsto começa a revelar-se.

Basicamente é isto. É um livro com um ritmo muito próprio, sem grandes acontecimentos. Temos tempo para conhecer as personagens, criar empatia com elas e temos vontade de os acompanhar, da mesma forma que gostamos de saber que alguém com quem já não falamos há anos, está bem e é feliz. É o tipo de ligação que criei com Devin e todas as pessoas que  conheceu naquelas férias em Joyland.

Confesso que estava à espera de uma história mais assustadora e aterradora e, por se passar num parque de diversões, que este lado fosse mais explorado. Acabei por achar que, na verdade, não acontece muita coisa. Não deixou, no entanto, de ser um livro de leitura fácil e divertida. Gostei da história e das personagens.

Recomendo (quase) sempre Stephen King, este não será a exceção. :)

Boas leituras!

Exerto (pág. 9):
"No início de Setembro, a praia de Heaven estava quase deserta, o que combinava com o meu estado de espírito. Aquele foi o Outono mais bonito da minha vida. Posso dizê-lo mesmo quarenta anos depois. É também posso dizer que nunca fui tão infeliz. As pessoas acham que o primeiro amor é doce, e mais ainda quando essa primeira relação acaba. Ouvimos milhares e canções pop e country que provam isso; um tolo ficou com o coração destroçado. No entanto, esse primeiro coração destroçado é sempre o mais doloroso, o mais lento a sarar, é o que deixa cicatrizes mais visíveis. O que há de tão doce nisso?"

setembro 21, 2019

[Ebook] As Viúvas de Dom Rufia - Carlos Campaniço

Título original: As Viúvas de Dom Rufia
Ano da edição original: 2016
Autor: Carlos Campaniço
Editora: Casa das Letras

"Conhecido por Dom Rufia desde moço, Firmino António Pote, criado sem recursos numa vila alentejana, promete a si mesmo tornar-se rico. Negando-se à dureza do trabalho do campo, divide durante anos a sua sobrevivência entre o ócio e alguns negócios frugais. Mas, já nos trinta, munido de assombrosa imaginação, bonito como poucos e gozando de uma enorme capacidade de persuasão, sobretudo entre as mulheres, lobriga várias maneiras de alcançar o seu objectivo, fingindo continuamente ser quem não é. Para isso, porém, é obrigado a viver em vários lugares ao mesmo tempo, dando a Juan de los Fenómenos, um velho chileno em busca de proezas sobre-humanas, a ilusão da ubiquidade.
Quando o corpo sem vida de Dom Rufia é encontrado no meio do campo, a recém-empossada Guarda Republicana não imagina as surpresas que o funeral reserva. O aparecimento de uma estranha carta assinada pelo tio do morto é só o princípio da desconfiança de que ali há mão criminosa.
Depois do muito aplaudido Mal Nascer, finalista do Prémio LeYa em 2013, Carlos Campaniço regressa à ficção com um romance irresistível e cheio de humor, cuja acção decorre no início do século XX, num Alentejo onde pululam personagens fascinantes e inesquecíveis."

Dom Rufia é o protagonista desta história que se vai desenrolando no velório do próprio, onde todas as suas viúvas vão contando a sua história com Firmino, como o conheceram e como é que ele mudou as suas vidas. 
Dom Rufia é, entre muitas outras coisas, um sedutor nato e, aquilo a que se pode chamar de vendedor de banha da cobra. Bem parecido e bem falante, o engano é algo que lhe é natural.
Não se pode dizer que Dom Rufia seja má pessoa, Firmino nasceu pobre, criado pelos tios, e um dia meteu na cabeça que haveria de ser rico. Pareceu-lhe que a forma mais rápida e fácil de isso acontecer seria casar-se com uma mulher rica. Agora, só lhe falta encontrar a sua futura esposa. Tendo apenas esse objetivo em mente, nada do que ele faz é particularmente maldoso ou errado, apenas moralmente duvidoso, mais nada. :)
Nem mesmo as suas muitas Viúvas parecem ter por ele outro sentimento que não, amor, carinho e, após descobrirem a verdade, alguma frustração por não terem conseguido que Dom Rufia lhes fosse dedicado de forma exclusiva. :)

Gosto de conhecer novos autores, principalmente portugueses ou de língua portuguesa. Gosto que as referências me sejam familiares e que façam parte da nossa memória colectiva.
Carlos Campaniço foi uma estreia. Li qualquer coisa sobre este livro, As Viúvas de Dom Rufia, há anos. O que li deixou-me suficientemente curiosa porque o coloquei na minha lista de livros a ler.
É muito difícil iniciarmos um livro sem qualquer expectativa, sem ideias preconcebidas. Eu, sobre este, tinha algumas expectativas.
A verdade é que, embora tenha achado a escrita de Carlos Campaniço cativante, não achei a história particularmente bem conseguida. Achei-a um pouco repetitiva, previsível e, ao contrário de algumas opiniões que li, não dei nenhuma gargalhada.

É uma leitura leve, boa para ler na praia, à beira da piscina ou numa esplanada de Lisboa à beira do Tejo.

Boas leituras!