dezembro 28, 2010

Encontro de Amor Num País em Guerra - Luis Sepúlveda

"A aventura e a política, o amor e a guerra, a viagem e a utopia, a ironia e o mistério: todo o mundo do autor, com as suas paixões e os seus temas (alguns, como o tema amoroso, presentes pela primeira vez com tanta intensidade), comparece neste notável livro de relatos, que vem confirmar a mestria do grande escritor chileno e a sua incontornável presença na primeira fila dos grandes contadores de histórias nossos contemporâneos"

Um livro de pequenos textos de um autor que muito prezo. Neste Encontro de Amor Num País em Guerra, Luís Sepúlveda reúne uns quantos textos deliciosos, sobre a política, a guerra e o amor, tema que não é muito comum nos livros do escritor. Uma das coisas que me surpreendeu no livro foi mesmo a forma como ele fala do amor, isto porque Luís Sepúlveda é um escritor assumidamente de esquerda e cujos livros, na sua maioria, expressam os seus ideais políticos. A verdade é que o amor não é um tema que costume abordar, pelo menos não da forma como o faz nestes textos e a verdade é que o faz muito bem. :) Embora os textos tenham, quase todos, como pano de fundo a guerra, não são textos ou artigos de opinião, são antes pequenos contos sobre as pessoas que convivem com a guerra, tanto as que a fazem como as que apenas vivem com ela.

Leiam! Eu que sou uma céptica confessa no que diz respeito a livros de contos, fiquei agradavelmente surpreendida com este livro. Faço aqui um Mea Culpa por ter duvidado das qualidades literárias de um escritor que raramente desilude! ;)

Boas leituras!

dezembro 24, 2010

Festas Felizes

Desejo-vos a todos um Feliz Natal, daqueles que nos aquecem o coração e nos deixam de sorriso nos lábios.

Desejo-vos muitas rabanadas, muito Bolo Rei e uma mesa farta de aconchego!

Desejo-vos um ano de 2011 cheio de alegria, gargalhadas e sorrisos.
Desejo que este sorrisos e gargalhadas sejam provocados pelos livros, mas gostaria que 90% deles venham das amizades e do sucesso que desejo para todos vós em 2011!

Boas leituras!

dezembro 21, 2010

Prenda do Tons de Azul

Parece que este ano estou com alguma sorte no que toca a receber livros. Sem ter feito nada por isso, chegou-me a casa uma prenda do blogue tonsdeazul, por ter sido a quinta pessoa a dar os Parabéns ao blogue pelos seus 5 anos. Como prenda foi-me enviado o Livro do José Luís Peixoto que já andava a namorar há algum tempo. Ainda bem que das vezes que o tive nas mãos acabei por não o trazer comigo... :)
Com ele veio ainda um marcador giríssimo. Gosto imenso de marcadores e este vai de certeza acompanhar-me ao longo da minha leitura do Livro.

Obrigada tonsdeazul pelas prendas e pelo postal também.
Aproveito e dou-te novamente os Parabéns pelo blogue que em todas as visitas que lhe faço me dá a conhecer coisas novas. Parabéns!

Boas leituras!

dezembro 20, 2010

O Símbolo Perdido - Dan Brown

"Washington D.C. : Robert Langdon, simbologista de Harvard, é convidado à última hora para dar uma palestra no Capitólio. Contudo, pouco depois da sua chegada, é descoberto no centro da Rotunda um estranho objecto com cinco símbolos bizarros. Robert Langdon reconhece-o: trata-se de um convite ancestral para um mundo perdido de saberes esotéricos e ocultos. Quando Peter Solomon, eminente maçon e filantropo, é brutalmente raptado, Langdon compreende que só poderá salvar o seu mentor se aceitar o misterioso apelo. Langdon vê-se rapidamente arrastado para aquilo que se encontra por detrás das fachadas da cidade mais poderosa da América: câmaras ocultas, templos e túneis. Tudo o que lhe era familiar se transforma num mundo sombrio e clandestino, habilmente escondido, onde segredos e revelações da Maçonaria o conduzem a uma única verdade, impossível e inconcebível. Trama de histórias veladas, símbolos secretos e códigos enigmáticos, tecida com brilhantismo, O Símbolo Perdido é um thriller inesperado e arrebatador que nos surpreende a cada página."

Depois de ter lido o Anjos&Demónios de Dan Brown, tomei a decisão de não voltar a ler Dan Brown por uns bons e largos anos. A verdade é que, sem que eu consiga explicar porquê, O Símbolo Perdido tem andado a rondar os meus pensamentos, ultimamente de forma mais insistente, pelo que viu chegada a sua hora de ser lido pela "Je". :) Depois de o ter lido, reforço a decisão de não voltar a ler Dan Brown por largos anos (e acredito que desta vez vão mesmo ser largos anos). O livro embora não sendo mau, não tem aquilo que faz dos livros de Dan Brown o sucesso que são: falta-lhe acção, a história não era das mais interessantes, a intriga idem idem aspas aspas e o Robert Langdon é, neste livro irritante, menos carismático que nos anteriores, quase uma personagem secundária. As primeiras 200 páginas foram mesmo um teste à minha vontade e persistência. Salvou-o a minha grande vontade de ler um best-seller (há vontades assim, não posso fazer nada), daqueles que se lêem de um fôlego, que não nos ensinam nada de novo, mas que nos mantêm entretidos. Não fosse esta vontade de ler algo mais leve e acho que teria pousado o livro para não mais voltar a pegar nele. Bem, avante que isto de bater no ceguinho em época natalícia é coisa que não me fica nada bem. ;) Passemos à história.

Robert Langdon vê-se, desta vez envolvido numa corrida contra o tempo para salvar o mundo de mais uma ameaça inconcebível (que no fim não era assim tão monstruosa, era até bem fraquinha), de consequências imprevisíveis. Um louco rapta Peter Solomon, uma das mais altas figuras da Maçonaria americana e um dos mentores de Robert. O raptor procura descodificar o segredo mais bem guardado da ordem maçonica: o local onde estão enterrados os mistérios antigos, os conhecimentos esquecidos pela humanidade, conhecimentos de tal forma poderosos que o mundo nunca mais seria o mesmo com a sua descoberta. Segundo a lenda os mistérios antigos estão enterrados algures em Washington D.C., o berço da nação mais evoluída do mundo, a nação do conhecimento... :/ As pistas para a sua localização estão numa lendária pirâmide, cheia de segredos e dos símbolos tão queridos a Robert Langdon. É esta a tarefa de Langdon, descodificar a pirâmide e com ela salvar o amigo e o país, pois segundo a CIA o louco que raptou Peter Solomon é possuidor de um poder tal que o assunto se tornou uma questão de segurança nacional.

Ao longo das mais de 500 páginas levamos uma "lambidela" sobre a Maçonaria, claramente defendida no livro por Dan Brown, levamos ainda uma "lambidela" sobre uma tal de ciência noética, que no livro aparentemente prova, entre outras coisas, e de forma inequívoca e irrefutável que a alma humana existe e é mensurável. Esta parte da história poderia ter sido interessante, pois a ciência noética é algo que suscita alguma curiosidade pelo que tenta fazer e pelo que implica, mas foi a que mais me fez franzir o sobrolho. Não por ser céptica, mas porque a base científica é questionável e as conclusões levianas. Eu sei que se trata de um romance, mas tendo em conta que o autor até gosta de dar a ideia de que os seus livros estão todos muito próximos da verdade e, que são fruto de uma investigação exaustiva, pareceu-me tudo muito "colado a cuspo".
A maçonaria é sempre um tema interessante, por causa de todo mistério que envolve a organização, pela antiguidade e pela história que carrega, no entanto a forma tendenciosa como Dan Brown a descreve torna-se por vezes desconfortável, bem como todo o patriotismo patente com aquela conversa irritante de que o EUA são os melhores e que sem eles o mundo colapsaria... É irritante, pronto! :)
Outra coisa desconcertante é a quantidade massiva de publicidade que o escritor faz a grandes empresas e marcas americanas. É demais e nada subtil. :)

Resumindo: Eu que gostei do O Código da Vinci e que gostei do Anjos&Demónios (excepto do final), estava à espera de algo que me prendesse mais à leitura. O estilo é o mesmo, frase curtas, capítulos minúsculos que se leêm rápido, quando damos por ela acabámos de ler 100 páginas de seguida, e com uma escrita simples e eficaz, tudo isto faz parte da receita Dan Brown. A verdade é que neste livro a leitura não foi compulsiva, achei a história com pouca consistência, achei o Langdon muito apagado e as restantes personagens demasiado estereotipadas. Faltou acção, talvez se se retirassem as primeiras 100, 200 páginas o livro tivesse mais ritmo. Chegou a tornar-se aborrecido, o que nos livros do Dan Brown não é muito comum. Enfim, está lido, não me vai ficar na memória por muito tempo e acredito que não voltarei a pegar num livro de Dan Brown nos tempos mais próximos. :)

Recomendo? Quem é fã já o leu de certeza, ao outros recomendo que pensem duas vezes. Não recomendo a compra, mas se o tiverem à mão (que foi o meu caso) podem sempre lê-lo... Se conseguirem passar das primeiras páginas talvez até venham a gostar. Quem sabe? Felizmente os gostos são variados o suficiente para que todos os livros e autores tenham o seu espaço na estante de alguém. ;)

Boas leituras!

dezembro 12, 2010

O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

"Em O Retrato de Dorian Gray revela-se-nos e esteticismo de Oscar Wilde: a procura de sensações, a superação do verdadeiro artista sobre as regras da sociedade ou da moral. Nesta obra, a personalidade dividida de Dorian Gray é representada por uma inversão misteriosa da ordem natural, através da qual a sua verdadeira face conserva a juventude inviolada enquanto o retrato é macerado pelo passar dos anos, até ao dia em que a faca cravada na tela reconduz à arte a sua serenidade impassível e ao ser vivo a sua transição para a morte."

O único romance do poeta e contista Oscar Wilde é um livro que gerou em mim sentimentos ambíguos de impaciência e fascinação. Não poderei dizer que não gostei mas, tenho igual dificuldade em afirmar que gostei... Livros assim marcam e acredito que Dorian Gray e o seu retrato vão ficar na minha memória por muito tempo. E não é isso, também, que procuramos num livro? Que nos marque, que nos mude um pouco a forma de pensar e de ler? Que nos prepare para outro tipo de obras e nos faça ultrapassar barreiras literárias? Acho que O Retrato de Dorian Gray de certa forma fez isso comigo.

Escrito de uma forma poética, Oscar Wilde relata-nos a história da degradação moral de Dorian Gray um jovem detentor de uma beleza fora do comum, com um rosto que emanava pureza e inocência. Basílio Hallward, pintor, fica fascinado por ele e pede-lhe que o deixe pintar. A imortalização da beleza de Dorian Gray na tela torna-se a obra-prima de Basílio. Nunca mais ele pintou nada tão belo e um pouco de si ficou naquele retrato.
Quando Dorian vê o retrato terminado, toma consciência da sua beleza, mas também da efemeridade da mesma e deseja nunca envelhecer, deseja que seja o quadro a sofrer "na pele" as marcas que os anos deixam no nosso físico. A realidade é que no dia em que Dorian trata de forma cruel a sua namorada, levando-a ao suícidio, é no retrato que surge a expressão de crueldade e maldade. A imagem reflectida no espelho continua a mesma: um rosto belo e sereno. Depois do susto de ver o seu desejo tornado realidade, vamos assistindo às mudanças de personalidade que Dorian vai sofrendo. Serão mesmo mudanças ou apenas características da sua personalidade que encontraram espaço e liberdade para se expandirem? Dorian, um jovem inocente e pueril começa a viver uma vida dedicada ao prazer e às coisas belas. Nada é mais importante para ele do que viver a vida de forma despreocupada, aproveitando todos os prazeres que esta lhe possa proporcionar, incluíndo aqueles que provocam sofrimento nos outros. Dorian torna-se egoísta e egocêntrico, frio e calculista. O seu único medo é que o quadro seja descoberto e com ele a verdade sobre ele próprio, que a sua alma podre seja exposta. Para evitar isso, Dorian é capaz de tudo.
Ao fim de alguns anos de uma vida desregrada e degradante o quadro retrata um Dorian envelhecido e abjecto, o espelho de uma alma doentia. Dorian torna-se paranóico e vive cheio de medo. Será tarde demais para Dorian recuperar a beleza interior que perdeu com acções imorais e egoístas? Será possível redimir anos e anos de más acções e devolver à alma a sua pureza inicial? Voltará o quadro a reflectir um rosto belo? Acham o ser humano capaz de mudar, de forma honesta? Pessoalmente não acredito nisso. Se Dorian tem um fim feliz? Bem, depende do ponto de vista. :)

A minha dúvida em afirmar se gostei ou não deste livro prende-se com algumas partes mais enfadonhas da escrita, com muitos floreados e algumas dissertações que me aborreceram e que confesso ter saltado. Não ando com muita paciência... :)
Gostei de tudo o resto, da história, da forma como está contada e das personagens. Surpreendeu-me que Oscar Wilde tenha dado a este romance uma certa atmosfera de terror e um tom divertido sem no entanto deixar de o fazer com uma escrita poética e clássica. Estava à espera de uma coisa mais linear e encontrei algo bem mais interessante.
O tema é muito pertinente numa época como a nossa, onde a aparência é tantas vezes mais importante que tudo o resto e onde as pessoas vivem de forma superficial, sem se envolverem e sem se interessarem por mais ninguém a não por elas próprias. Por isto, mas não só é que sinto que Dorian Gray me vai ficar na memória por muito tempo. E é por isto, mas não só que a leitura deste livro só pode ser recomendada!

Boas leituras! :)

dezembro 08, 2010

Os Anagramas de Varsóvia - Richard Zimler

"Um romance policial arrepiante e soberbamente escrito passado no gueto judaico de Varsóvia. Narrado por um homem que por todas as razões devia estar morto e que pode estar a mentir sobre a sua identidade...
No Outono de 1940, os nazis encerraram quatrocentos mil judeus numa pequena área da capital da Polónia, criando uma ilha urbana cortada do mundo exterior. Erik Cohen, um velho psiquiatra, é forçado a mudar-se para um minúsculo apartamento com a sobrinha e o seu adorado sobrinho-neto de nove anos, Adam. Num dia de frio cortante, Adam desaparece. Na manhã seguinte, o seu corpo é descoberto na vedação de arame farpado que rodeia o gueto. Uma das pernas do rapaz foi cortada e um pequeno pedaço de cordel deixado na sua boca. Porque razão terá o cadáver sido profanado? Erik luta contra a sua raiva avassaladora e o seu desespero jurando descobrir o assassino do sobrinho para vingar a sua morte. Um amigo de infância , Izzy, cuja coragem e sentido de humor impedem Erik de perder a confiança, junta-se-lhe nessa busca perigosa e desesperada. Em breve outro cadáver aparece - desta vez o de uma rapariga, a quem foi cortada uma das mãos. As provas começam a apontar para um traidor judeu que atrai crianças para a morte.
Neste thriller histórico profundamente comovente e sombrio, Erik e Izzy levam o leitor até aos lugares mais proibidos de Varsóvia e aos mais heróicos recantos do coração humano."

Erik, um psicólogo judeu, é forçado a mudar-se para o gueto de Varsóvia e a partilhar o apartamento com a sobrinha Stefa e o filho desta Adam, um miúdo de 9 anos. Esta situação não lhe agrada, não porque não goste de Stefa e Adam, porque gosta, mas sim porque na idade dele a mudança, ainda por cima quando imposta transtorna-o. Aos poucos a sobrinha e o filho começam a entrar no seu coração empedernido e rabugento e quando Adam morre de forma violenta e inesperada Erik quase morre de desgosto e as saudades de adormecer com o miúdo colado a si quase que o enlouquecem. A necessidade de ajudar a sobrinha a ultrapassar a perda do filho e de encontrar o responsável pela morte do sobrinho-neto mantêm-no vivo. E é esta procura que Richard Zimler nos conta ao longo das páginas deste livro. E que bem que conta esta história, triste, sem ser deprimente e angustiante, porque o humor presente ao longo de todo o livro atenua os horrores narrados e pressentidos nas entrelinhas.

Gostei bastante deste livro, o primeiro que leio deste escritor. Gostei porque está narrado de uma forma muito original, porque as personagens estão muito bem construídas e porque a história consegue relembrar o Holocausto e homenagear todas as suas vítimas, sem entrar nos habituais clichés que por estes tempos já nos deixam um pouco insensíveis à questão. É triste que assim seja mas é a realidade, pelo menos é-o no meu caso. O facto de ele pegar no caso particular de um judeu, Erik, que se muda para o gueto de Varsóvia e que por causa do seu drama particular nos vai dando a conhecer a dinâmica vivida na "ilha", faz com que nos identifiquemos melhor com história, sem no entanto perder a perspectiva global da tragédia que ocorreu. A miséria vivida no gueto está lá, a precariedade e falta de condições estão lá, os oportunistas estão lá, as boas pessoas também, a coragem e esperança no futuro estão lá, o medo e a incerteza também, a amizade está lá e a solidariedade também. Estão lá os campos forçados, os fornos e os comboios da morte, estão lá as execuções em massa e o comportamento primitivo e até hoje completamente incompreensível de todos os que ajudaram (incluindo os que olharam para o lado) os nazis nesta guerra infeliz. Está tudo lá, mas tudo é visto pelos olhos de um homem que fez da sua razão de viver a procura do assassino do seu sobrinho-neto. Sobrinho-neto que representava para ele o futuro, a possibilidade de sobreviver aos tempos difíceis e violentos em que viviam. Se conseguisse proteger Adam então o futuro da humanidade e dos judeus em particular poderia ser uma realidade. Erik falhou na missão de proteger Adam e, encontrar o seu assassino parece ser o único caminho que conhece para devolver algum equilíbrio ao seu mundo, ao do gueto mas, também à humanidade.

O mistério da morte de Adam e de outras crianças no gueto é interessante o suficiente para nos ir fazendo virar página atrás de página mas, o que na realidade nos faz gostar deste livro é o Erik. É simplesmente enternecedora a forma como ele veste a pele de detective e arrasta consigo o genial Izzy, seu amigo de sempre, numa espécie de brigada de terceira idade, cómica q.b., sem menosprezar o que é narrado e a gravidade dos acontecimentos. Nesta jornada, Erik e Izzy descobrem-se a si mesmos e descobrem-se capazes de fazer o inimaginável numa época de inimagináveis atrocidades. São capazes de matar e de continuar a viver depois disso. A diferença entre eles e os nazis é que estes nunca perceberam porque é que o que faziam era condenável.

Gostei muitas destes dois velhotes, gostei muito deste livro e recomendo-o sem qualquer reserva!

Boas leituras! :)