novembro 17, 2019

História de um caracol que descobriu a importância da lentidão - Luís Sepúlveda

Título original:Historia de un caracol que descubrió la importancia de la lentitud
Ano da edição original: 2013
Autor: Luís Sepúlveda
Ilustrações: Paulo Galindro
Tradução: Helena Pitta
Editora: Porto Editora

"Os caracóis que vivem no prado chamado País do Dente-de-Leão, sob a frondosa planta do calicanto, estão habituados a um estilo de vida pachorrento e silencioso, escondidos do olhar ávido dos outros animais, e a chamar uns aos outros simplesmente «caracol». Um deles, no entanto, acha injusto não ter um nome e fica especialmente interessado em conhecer os motivos da lentidão. Por isso, e apesar da reprovação dos outros caracóis, embarca numa viagem que o vai levar ao encontro de uma coruja melancólica e de uma tartaruga sábia, que o guiam na compreensão do valor da memória e da verdadeira natureza da coragem, e o ajudam a orientar os seus companheiros numa aventura ousada rumo à liberdade."

Mais um pequeno grande livro para pequenos e graúdos. 

História de um caracol que descobriu a importância da lentidão fala de aceitação, de nós próprios e dos outros, de tolerância, de persistência e de coragem. Fala de amizade, de viver em comunidade e de respeito, mais uma vez, por nós próprios e pelos outros.

É uma pequena história, mais uma vez com as ilustrações lindas do Paulo Galindro, que nos relembra a importância de respeitar o tempo dos outros, de respeitarmos o espaço dos outros. Relembra-nos que por mais rápido que pareça o mundo à nossa volta, é importante mantermo-nos fieis a nós próprios e não devemos esquecer, que correr pode não ser a melhor forma, às vezes pode nem ser a forma mais rápida, de alcançarmos o que pretendemos.

Recomendo Luís Sepúlveda mesmo quando ele está menos inspirado. Não sendo este um caso de pouca inspiração, só posso recomendar!

Boas leituras!

Excerto (pág.36 e 38):

"Já lá em cima, e instalado atrás da cabeça da tartaruga, perguntou-lhe para onde ia e a tartaruga disse-lhe que aquela não era a questão mais adequada e que, na realidade, devia perguntar-lhe de onde vinha. Assim, enquanto a tartaruga avançava e o caracol sentia que as ervas do prado se sucediam com uma rapidez que ele desconhecia, ela contou-lhe que vinha do esquecimento dos seres humanos."
"A tartaruga procurou, com mais calma do que a habitual, as palavras para responder e contou-lhe que durante a sua permanência entre os seres humanos tinha aprendido muitas coisas. Assim, explicou-lhe que quando um humano fazia muitas perguntas incómodas, do género «é preciso ir tão depressa?» ou «a sério que necessitamos de tudo isso para sermos felizes?», era apelidado de Rebelde."

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