Título original: Born a Crime
Ano da edição original: 2016
Autor: Trevor Noah
Editora: John Murray (Ebook ISBN: 9781473635319)
Ano da edição original: 2016
Autor: Trevor Noah
Editora: John Murray (Ebook ISBN: 9781473635319)
"The compelling, inspiring, (often comic) coming-of-age story of Trevor Noah, set during the twilight of apartheid and the tumultuous days of freedom that followed.
One of the comedy world's brightest new voices, Trevor Noah is a light-footed but sharp-minded observer of the absurdities of politics, race and identity, sharing jokes and insights drawn from the wealth of experience acquired in his relatively young life. As host of the US hit show The Daily Show with Trevor Noah, he provides viewers around the globe with their nightly dose of biting satire, but here Noah turns his focus inward, giving readers a deeply personal, heartfelt and humorous look at the world that shaped him.
Noah was born a crime, son of a white Swiss father and a black Xhosa mother, at a time when such a union was punishable by five years in prison. Living proof of his parents' indiscretion, Trevor was kept mostly indoors for the first years of his life, bound by the extreme and often absurd measures his mother took to hide him from a government that could, at any moment, take him away.
A collection of eighteen personal stories, Born a Crime tells the story of a mischievous young boy growing into a restless young man as he struggles to find his place in a world where he was never supposed to exist. Born a Crime is equally the story of that young man's fearless, rebellious and fervently religious mother - a woman determined to save her son from the cycle of poverty, violence and abuse that ultimately threatens her own life.
Whether subsisting on caterpillars for dinner during hard times, being thrown from a moving car during an attempted kidnapping, or just trying to survive the life-and-death pitfalls of dating in high school, Noah illuminates his curious world with an incisive wit and an unflinching honesty. His stories weave together to form a personal portrait of an unlikely childhood in a dangerous time, as moving and unforgettable as the very best memoirs and as funny as Noah's own hilarious stand-up. Born a Crime is a must read."
Contam-se pelos dedos de uma mão as biografias que li. Não é um género que me suscite curiosidade e não é o género em que penso quando penso em livros. Porquê então este Born a Crime de Trevor Noah? Porque gosto da pessoa pública Trevor Noah, porque gosto do profissional Trevor Noah, porque fiquei curiosa com a história que ele tinha para contar e porque sou atraída para a temática do racismo. 🙂
Em Born a Crime, Trevor conta-nos a sua história e a história da mãe, que mais não é do que a história do Apartheid na África do Sul. A segregação e a discriminação racial e o que permaneceu, com o fim deste regime.
Achei curiosa a imagem que ele passa de haver uma série de medidas que eram só muitos estúpidas, levadas a cabo por pessoas pouco inteligentes cuja única qualificação era terem nascido brancas. Temos tendência para pensar nestas coisas como sendo fruto de algo mais organizado e estruturado e por vezes o que acontece é que as coisas se mantêm por inércia, por hábito, por gerações e gerações que cresceram com alguém a dizer quem eram, o que podiam ou não ser ou fazer.
Born a Crime é, entre outras coisas, uma homenagem que Trevor Noah faz à mãe. A mãe de Trevor é fascinante. Pela forma como conseguiu sobreviver e prosperar contra todas as probabilidades. Desde a forma como escolheu quem seria o pai do seu primeiro filho, consciente de que iria dar à luz um mestiço, até à forma disruptiva como o educou. Educou-o para ser o que quisesse, preparando-o para um mundo que não tinha forma de saber que iria ser o mundo do filho, um mundo mais tolerante e justo. Ela só queria que ele estivesse preparado quando as oportunidades chegassem e que ele tivesse as ferramentas para quebrar o ciclo de pobreza e discriminação.
É uma mulher inteligente e independente, cheia de defeitos e de incoerências. É, de acordo com o que o filho nos conta dela, uma mulher por inteiro com todas as suas qualidades e defeitos e que vive de acordo com todas as suas boas e más decisões.
Gostei muito do livro. Gostei da forma honesta como ele expõe a sua história, não escondendo as coisas más e sem se vangloriar das boas.
Gostei da escrita, simples e direta, do sentido de humor mas, sobretudo gostei da história, contada na perspetiva de uma criança e adolescente, que olha para o mundo à volta e tenta retirar algum sentido de tudo o que vê.
Recomendo sem reservas.
Boas leituras!
Excerto:
"During apartheid, one of the worst crimes you could commit was having sexual relations with a person of another race. Needless to say, my parents committed that crime. (...)
Humans being humans and sex being sex, that prohibition never stopped anyone. There were mixed kids in South Africa nine months after the first Dutch boats hit the beach in Table Bay. Just like in America, the colonists here had their way with the native women, as colonists so often do. Unlike in America, where anyone with one drop of black blood automatically became black, in South Africa mixed people came to be classified as their own separate group, neither black nor white but what we call "colored". Colored people, black people, white people, and Indian people were forced to register their race with the government. Based on those classifications, millions of people were uprooted and relocated. Indian areas were segregated from colored areas, which were segregated from black areas - all of them segregated from white areas and separated from one another by buffer zones of empty land. Laws were passed prohibiting sex between Europeans and native, laws that were later amended to prohibit sex between whites and all nonwhites."