Na única ida à Feira do Livro de Lisboa deste ano, estes foram os escolhidos para virem morar cá em casa:
- A Confissão da Leoa - Mia Couto
Um acontecimento real - as sucessivas mortes de pessoas provocadas por
ataques de leões numa remota região do norte de Moçambique - é pretexto
para Mia Couto escrever um surpreendente romance. Não tanto sobre leões e
caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas.
A Confissão da Leoa é bem um romance à altura de Terra Sonâmbula e Jesusalém, já conhecidos do leitor português.
A Confissão da Leoa é bem um romance à altura de Terra Sonâmbula e Jesusalém, já conhecidos do leitor português.
- No País das Últimas Coisas - Paul Auster
Esta é a história de Anna Blume e da sua jornada em busca do irmão
desaparecido numa cidade sem nome. Mas tal como a cidade, a sua tarefa
está condenada.
A cidade transformou-se num campo de batalha onde imperam a miséria,
violência e a selvajaria. Todos procuram algo ou alguém que desapareceu.
Todos lutam para suprir a fome: no sentido literal, uma vez que os
alimentos são escassos; e fome também no sentido abstracto, pois os
últimos resquícios de humanidade impelem os cidadãos a procurar o amor e
a partilha de linguagem e significado.
Através da solidão de Anna, Paul Auster conduz-nos a um mundo indeterminado e devastado no qual o eu desaparece entre os horrores a que o lento apagar da moral humana conduz. Não se trata apenas de um mundo imaginário e futurista - mas de um mundo que reflecte o nosso e, ao fazê-lo, lida com algumas das nossas mais sombrias heranças. Nesta visão apocalíptica de uma cidade despojada da sua humanidade, pulsa um inesquecível romance sobre a condição humana.
Através da solidão de Anna, Paul Auster conduz-nos a um mundo indeterminado e devastado no qual o eu desaparece entre os horrores a que o lento apagar da moral humana conduz. Não se trata apenas de um mundo imaginário e futurista - mas de um mundo que reflecte o nosso e, ao fazê-lo, lida com algumas das nossas mais sombrias heranças. Nesta visão apocalíptica de uma cidade despojada da sua humanidade, pulsa um inesquecível romance sobre a condição humana.
- O Jogo de Ripper - Isabel Allende
Indiana e Amanda Jackson sempre se apoiaram uma à outra. No entanto, mãe
e filha não poderiam ser mais diferentes. Indiana, uma bela terapeuta
holística, valoriza a bondade e a liberdade de espírito. Há muito
divorciada do pai de Amanda, resiste a comprometer-se em definitivo com
qualquer um dos homens que a deseja: Alan, membro de uma família da
elite de São Francisco, e Ryan, um enigmático ex-navy seal marcado pelos horrores da guerra.
Enquanto a mãe vê sempre o melhor nas pessoas, Amanda sente-se fascinada pelo lado obscuro da natureza humana. Brilhante e introvertida, a jovem é uma investigadora nata, viciada em livros policiais e em Ripper, um jogo de mistério online em que ela participa com outros adolescentes espalhados pelo mundo e com o avô, com quem mantém uma relação de estreita cumplicidade.
Quando uma série de crimes ocorre em São Francisco, os membros de Ripper encontram terreno para saírem das investigações virtuais, descobrindo, bem antes da polícia, a existência de uma ligação entre os crimes. No momento em que Indiana desaparece, o caso torna-se pessoal, e Amanda tentará deslindar o mistério antes que seja demasiado tarde.
Enquanto a mãe vê sempre o melhor nas pessoas, Amanda sente-se fascinada pelo lado obscuro da natureza humana. Brilhante e introvertida, a jovem é uma investigadora nata, viciada em livros policiais e em Ripper, um jogo de mistério online em que ela participa com outros adolescentes espalhados pelo mundo e com o avô, com quem mantém uma relação de estreita cumplicidade.
Quando uma série de crimes ocorre em São Francisco, os membros de Ripper encontram terreno para saírem das investigações virtuais, descobrindo, bem antes da polícia, a existência de uma ligação entre os crimes. No momento em que Indiana desaparece, o caso torna-se pessoal, e Amanda tentará deslindar o mistério antes que seja demasiado tarde.
- Contracorpo - Patrícia Reis
Uma mulher fica viúva com dois filhos. Alguns anos depois da morte do
marido, a vida não se refez e o filho mais velho, agora adolescente,
cresce contra a mãe, num silêncio obstinado que só quebra nas histórias
que se conta para adormecer e nos desenhos que faz de forma compulsiva.
Com o anúncio do chumbo escolar, a mãe decide, sem grandes reflexões,
fazer uma viagem com este filho, deixando o pequeno com os avós. Não se
trata de uma viagem com destino, mas antes uma procura.
Contracorpo é um livro contra o silêncio e sobre o silêncio. É uma história de procura de identidades distintas - da mulher e do quase homem - e ainda de descobertas. Uma mãe nunca é o que se espera. Um filho é sempre uma surpresa. O encontro dá-se enquanto procuram caminhos, de Lisboa a Roma, num jogo de claro escuro. Como se tudo fosse uma imagem.
Contracorpo é um livro contra o silêncio e sobre o silêncio. É uma história de procura de identidades distintas - da mulher e do quase homem - e ainda de descobertas. Uma mãe nunca é o que se espera. Um filho é sempre uma surpresa. O encontro dá-se enquanto procuram caminhos, de Lisboa a Roma, num jogo de claro escuro. Como se tudo fosse uma imagem.
- Deixem Falar as Pedras - David Machado
No dia em que se ia casar, Nicolau Manuel foi levado pela Guarda para um
interrogatório e já não voltou. Viveu, assim, quase toda a vida na
urgência de contar a verdade a Graça dos Penedo, a noiva que mais tarde
lhe seria arrebatada pelo alfaiate que lhe fizera o fato do casamento.
Porém, sempre que se abria uma possibilidade, uma ameaça desviava-o
dramaticamente do seu destino - e agora, meio século volvido, está velho
de mais para querer mudar as coisas, gastando os dias com telenovelas.
De tanto ter ouvido ao avô a sua história rocambolesca, Valdemar - um
rapaz violento e obeso apaixonado pela vizinha anoréctica - não
desistiu, mesmo assim, de fazer justiça por ele. E, ao encontrar
casualmente a notícia da morte do alfaiate, sabe que chegou a hora de ir
falar com a viúva: até porque essa será a única forma de resgatar
Nicolau Manuel da modorra em que se deixou afundar.
Alternando a narrativa dos sucessivos infortúnios de Nicolau Manuel - que é também a história de Portugal sob a ditadura, com os seus enganos, perseguições e injustiças - com a de um adolescente que mantém um diário com numerosas passagens rasuradas como instrumento de luta contra o mundo -, Deixem Falar as Pedras é um romance maduro e fascinante sobre a transmissão das memórias de geração em geração, nunca isenta de cortes e acrescentos que fazem da verdade não o que aconteceu, mas o que recordamos.
Alternando a narrativa dos sucessivos infortúnios de Nicolau Manuel - que é também a história de Portugal sob a ditadura, com os seus enganos, perseguições e injustiças - com a de um adolescente que mantém um diário com numerosas passagens rasuradas como instrumento de luta contra o mundo -, Deixem Falar as Pedras é um romance maduro e fascinante sobre a transmissão das memórias de geração em geração, nunca isenta de cortes e acrescentos que fazem da verdade não o que aconteceu, mas o que recordamos.
Foi uma única visita, infelizmente o novo local de trabalho afastou-me da Feira do Livro e das visitas quase diárias ao recinto. Embora única, julgo que foi uma visita produtiva! Estou contente com o que trouxe para casa.
Boas leituras!