Título original: The Hotel New Hampshire
Ano da edição original: 1981
Autor: John Irving
Tradução: Ana Falcão Bastos
Ano da edição original: 1981
Autor: John Irving
Tradução: Ana Falcão Bastos
Editora: Distri Editora - Círculo de Leitores
"Um romance imaginativo, original e encantador.
No centro da história está uma família, uma família muito especial, extraordinária: um pai sonhador, sem qualquer espírito prático; uma mãe meiga e carinhosa; três rapazes e duas raparigas, quatro dos quais veremos crescer e o outro que, juntamente com um dos progenitores, morrerá novo, de maneira trágica."
O Hotel New Hampshire acompanha a vida dos Berry, o pai Winslow, a mãe Mary Bates e os cinco filhos, Frank, Franny, John, Lilly e Egg. E a vida deles passa por New Hampshire, pelo Maine, pela Áustria e por Nova Iorque.
Como é habitual nas histórias de John Irving, tem ursos, prostitutas vienenses, comunistas e artistas de circo e anões. Tem personagens complexas, sexualidades complicadas e acontecimentos que não nos deixam indiferentes.
Fala de violação, de incesto, de morte, de fatalidades e de sonhos. Mas, acima de tudo, O Hotel New Hampshire é sobre o amor e sobre lealdade. O amor que nos liga, de forma por vezes irracional, à nossa família, em particular aos nossos irmãos. Quem tem irmãos conseguirá perceber que o amor que nos une aos nossos irmãos é incondicional. Com esquisitices e defeitos incluídos. São as pessoas que sempre estiveram lá e que sempre estarão, mesmo quando não estão. E os irmãos Berry não são diferentes, são apenas mais estranhos que o comum dos mortais.
Dentro de toda a típica estranheza nos livros de Irving, este é talvez o mais estranho que já li. A história é absurda. Talvez a maior parte do tempo seja mesmo absurda e inverosímil. Mas é divertida e é difícil parar de ler.
Gostei porque dificilmente não gosto de Irving mas, sinto que não devia gostar, principalmente pela excessivas referências sexuais, que incomodam e são confrangedoras por envolver adolescentes.
Talvez não seja o melhor livro para primeira leitura de Irving mas, para quem conhece o escritor o livro é incontornável.
Recomendo a quem já leu Irving.
Boas leituras.
Excerto (pág. 165):
"Recordo-me que sobre as nossas cabeças pairava algo mais pronunciado do que a habitual mistura de patetice e tristeza, como se, de quando em quando, tivéssemos consciência de quase não nos lembrarmos da morte do Iowa Bob - e, noutros momentos, consciência de que a nossa maior responsabilidade (não apesar da morte do Iowa Bob, mas por causa dele) era divertimo-nos. Foi talvez o nosso primeiro teste de uma máxima que havia sido transmitida ao meu pai pelo próprio Iowa Bob; era uma máxima que o Pai nos repetia vezes sem conta. Era-nos tão familiar que nem sonhávamos comportar-nos como se não acreditássemos nela, embora provavelmente nunca tivéssemos sabido - até muito mais tarde - se aceditávanos ou não.
A máxima estava ligada à teoria do Iwoa Bob de que estávamos todos num grande barco - num grande cruzeiro à volta do mundo. E apesar do perigo de sermos varridos pela tempestade a qualquer momento, ou talvez devido a esse mesmo perigo, não nos era permitido sentirmo-nos deprimidos ou infelizes. O modo como o mundo funcionava não justificava qualquer tipo de distanciamento cénico ou de desespero imaturo. Segundo o meu pai e o Iowa Bob, o modo como o mundo funcionava - e funcionava mal - era justamente um forte incentivo para se viver com determinação e para ter por objetivo saber viver."
Existe um filme, de 1984, baseado no livro - The Hotel New Hampshire, com uns novíssimos Jodie Foster e Rob Lowe
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