fevereiro 18, 2010

A Caixa em Forma de Coração - Joe Hill

"Judas Coyne colecciona o macabro: um livro de receitas para canibais... uma corda usada num enforcamento... um filme snuff. Uma lenda do death metal de meia-idade, o seu gosto pelo bizarro é tão conhecido entre a sua legião de fãs como os excessos da sua juventude. Mas nada do que ele possui é tão inverosímil ou tão medonho como a sua última descoberta, um artigo à venda na Internet, uma coisa tão estranha que Jude não consegue resistir a pegar na carteira.
"Vendo" o fantasma do meu padrasto a quem fizer a licitação mais alta.
Por mil doláres, Jude tornar-se-à o orgulhoso dono do fato de um homem morto que se diz estar assombrado por um espírito inquieto. Ele não tem medo. Passara a vida a lidar com fantasmas - o fantasma de um pai violento, o fantasma das amantes que abandonara sem compaixão, o fantasma dos companheiros de banda que traíra. Que importância teria mais um? Mas o que a transportadora entrega à sua porta numa caixa preta em forma de coração não é um fantasma imaginário ou metafórico, não é um benigno motivo de conversa. É real."

Não sei bem o que estava à espera quando comecei a ler este livro. Pela sinopse esperava deparar-me com uma história de terror, protagonizada por um fantasma maquiavélico e impiedoso. Acho que isso corresponde à verdade, mas quem vai à espera de encontrar apenas isso, ou que o livro seja na realidade acerca do oculto e afins, vai ser surpreendido. Agora que acabei de o ler acho que a história do fantasma, que é realmente maquiavélico e impiedoso, vai servindo de desculpa para que outras histórias, mais reais, surjam e, essas sim verdadeiramente chocantes e horríveis, como a pedofilia, a violência doméstica, o suicídio e a depressão. Por isso, embora tenha sido um pouco diferente do que estava à espera, acho que o livro é bom.

O livro começa muito bem, entra sem preâmbulos na história, Judas Coyne, vocalista e guitarrista de uma banda Heavy Metal, cinquentão, colecciona objectos relacionados com o macabro. Quando tem a oportunidade de comprar um fantasma não hesita e paga por ele! O que ele não esperava é que o fantasma fosse de Craddock, um hipnotizador, homem sinistro e assustador que entrou na vida de Judas não por acaso mas com um propósito, o de o matar e a todos os que o tentassem ajudar. Porquê? Para isso têm de ler o livro, não posso contar tudo, não é? :)
Embora o livro comece muito bem, vai perdendo um pouco da força inicial mais para a frente. São páginas em que na realidade pouco acontece, quase nos esquecemos que andam a ser perseguidos por um fantasma vingativo... Vamos descobrindo alguns traumas da infância de Judas e de Georgia que na realidade se chama Marybeth. Traumas que passam pela violência doméstica e pela pedofilia. Infâncias arruinadas por adultos mal formados e sem moral e que acabam por justificar os comportamentos actuais, tanto de Judas como de Georgia. Ele trata as mulheres como objectos, trata-as não pelo seu nome de baptismo mas sim pelo nome do estado de origem... Todas as suas namoradas são miúdas muito mais novas, góticas, brancas como a neve, com problemas de auto-estima e depressivas. A partir do momento em que se cansa delas descarta-as sem problemas de consciência. No entanto não é um homem mau... como vamos descobrindo ao longo da história.
A partir do momento em que a caixa em forma de coração, contendo o fato do homem morto entra em casa de Judas a sua vida e a de Georgia muda para sempre. Enquanto lutam pela vida, enfrentam medos antigos, crescem como pessoas e no fim, se sobreviverem :p, de certeza que se tornarão seres-humanos melhores.

Embora seja um livro que se lê bem, cuja história até prende, julgo que poderia ser melhor. Não gostei de algumas partes da história em que parecia que o autor tinha alguma dificuldade em dar continuidade às cenas e por isso acabava-as de maneira um pouco abrupta e por vezes pouco verosímil. Algumas justificações também me pareceram demasiado rebuscadas enquanto outras coisas foram pouco aprofundadas. Acho que se nota alguma imaturidade na escrita o que se poderá justificar por ser o primeiro livro de Joe Hill. Haverá, por isso, espaço para melhorar alguns aspectos da narrativa em futuros livros.

De uma forma geral gostei do livro e vou, concerteza, ler o próximo dele para confirmar se é um escritor a seguir ou não. :)

6 comentários:

  1. Adorei o livro é fantástico. (:

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  2. Não adorei, mas achei-o suficientemente bom para querer ler mais livros do autor. :)

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  3. Eu gostei muito deste livro! Acabei de deixar a minha opinião no meu blog! beijinhos

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  4. O livro é genial!!! Muitíssimo acima da média dos atuais escritores de horror, e sem falar que o Joe Hill é filho do consagrado Stephen King!!! é o primeiro livro dele, merece um desconto pelas PEQUENAS escorregadas que dá, mas quem aqui conseguiria escrever algo parecido??!! O pacto é muito bom também!! Sou e serei uma eterna defensora de Joe Hill rsrsr!!

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  5. Mau 667: Estou a ver que Joe Hill tem em ti uma fã incondicional. Eu até gostei do livro. No início achei mesmo que o livro iria ser memorável, mas depois acho que perdeu um pouco a força e no fim, em vez de memorável ficou apenas como bom. :) Mas para primeiro livro, sem dúvida que se desculpam as pequenas escorregadelas.
    Sou fã do Stephen King mas há livros dele que simplesmente não suporto. Não é por isso que deixei de o ler e por isso voltarei a ler Joe Hill assim que tiver oportunidade. :)

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  6. Não encontro pra vender esse livro em lugar algum!! Nem no site de sebos EstanteVirtual. Alguém tem alguma indicação, por favor?!

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