" Um Estranho em Goa é uma pequena maravilha. Assim entrei em Goa. Este livro mistura a literatura de viagens com uma aventura exótica, uma espécie de mistério que o autor não deslinda mas que lhe serve de ponto de apoio para mover as personagens que enlaçam a Índia e a África com Portugal e o Brasil. Goa, Luanda, Lisboa e o Rio de Janeiro. A Goa de Agualusa, tão bem vista e descrita, tão bonita, e o Brasil dele, ou a melancolia angolana, enlaçam emoções e estabelecem uma pátria espiritual onde todos nós, portugueses da língua, nos reconhecemos. Sem carregar a prosa com pretensa literacite, comovendo sem ornamento, fazendo poesia ao de leve, abraçando a delicadeza e a estranheza do mundo, Agualusa fez-me viajar com palavras. Estou agradecida ao escritor."
Clara Ferreira Alves, Expresso
"Uma das obras mais aclamadas e que serviu de redescoberta literária de Goa a milhares de leitores. Nela o autor angolano José Eduardo Agualusa desvenda, de forma misteriosa e singular, a identidade pós-colonial de Goa. Um livro-chave para compreender a Goa de hoje."
Constantino Hermanns Xavier, SuperGoa
Gosto de José Eduardo Agualusa, embora dele tenha lido muito pouco, dois, três livros com este Um Estranho em Goa. A verdade é que, mesmo tendo lido tão pouco de um autor que já tem uma quantidade considerável de obras publicadas, ele é daqueles que incluo na minha lista de autores favoritos. Parece-me ser muito versátil nos temas que aborda, na maneira como escreve e acima de tudo é um escritor africano que também escreve como um escritor não africano. Foge um pouco ao estereótipo dos escritores africanos. Não sei se me fiz entender, mas sinto que José Eduardo Agualusa escreve como um lusófono e não como africano, português ou brasileiro. Este livro é um bom exemplo dessa multiculturiedade do escritor, que transporta para a exótica Goa o resultado de todas as suas vivências em Portugal, Angola e Brasil.
Em Um Estranho em Goa, Agualusa, como num livro de viagens relata-nos a sua (do narrador) estadia em Goa, onde foi com o objectivo de encontrar Plácido Domingo, ex-comandante do MPLA, ex-agente da PIDE e refugiado em Goa. A busca de Plácido Domingo serve de pretexto para conhecermos a Goa indiana, mas sobretudo a Goa marcada pela presença dos portugueses. A Goa católica, hindu e muçulmana, numa convivência nem sempre pacífica. A Goa multicultural onde o taxista, que acompanha o narrador durante as sua estadia, se chama Sal, diminutivo de Salazar, um grande homem, nas palavras do homónimo taxista. O mesmo taxista que tem uma Nossa Senhora no táxi, católico convicto, descendente de católicos convertidos, e que acha todos os hindus criaturas malignas com as suas divindades meio animais meio humanas e cheias de braços extra. :) A Goa que nunca desejou ser independente e cuja sociedade sempre esteve dividida entre os que desejavam a anexação por parte da Índia e os que preferiam permanecer com Portugal. A Goa turística e hospitaleira com as suas muitas igrejas, templos, feiras de rua, festividades e superstições. A Goa, estado mais pequeno e o mais rico da Índia, da diversidade e das desigualdades. Por fim, a Goa barulhenta, que parece em permanente festa ou permanente protesto, dependendo do ponto de vista, com o seu calor húmido e ar irrespirável onde o narrador sempre se sentiu um estranho, deslocado, como numa espécie de estado hipnótico.
É um livro que vale a pena ler e que me permitiu conhecer um pouco mais de Goa, uma das ex-colónias menos falada mas que, a julgar pelo livro, tem ainda muito de Portugal e onde, aparentemente o ex-coloniador continua a ser recordado com carinho, se bem que nem sempre pelas melhores razões, lembrem-se do taxista Sal. Uma ex-colónia atípica, portanto. :)
Leiam que vale a pena!
Em Um Estranho em Goa, Agualusa, como num livro de viagens relata-nos a sua (do narrador) estadia em Goa, onde foi com o objectivo de encontrar Plácido Domingo, ex-comandante do MPLA, ex-agente da PIDE e refugiado em Goa. A busca de Plácido Domingo serve de pretexto para conhecermos a Goa indiana, mas sobretudo a Goa marcada pela presença dos portugueses. A Goa católica, hindu e muçulmana, numa convivência nem sempre pacífica. A Goa multicultural onde o taxista, que acompanha o narrador durante as sua estadia, se chama Sal, diminutivo de Salazar, um grande homem, nas palavras do homónimo taxista. O mesmo taxista que tem uma Nossa Senhora no táxi, católico convicto, descendente de católicos convertidos, e que acha todos os hindus criaturas malignas com as suas divindades meio animais meio humanas e cheias de braços extra. :) A Goa que nunca desejou ser independente e cuja sociedade sempre esteve dividida entre os que desejavam a anexação por parte da Índia e os que preferiam permanecer com Portugal. A Goa turística e hospitaleira com as suas muitas igrejas, templos, feiras de rua, festividades e superstições. A Goa, estado mais pequeno e o mais rico da Índia, da diversidade e das desigualdades. Por fim, a Goa barulhenta, que parece em permanente festa ou permanente protesto, dependendo do ponto de vista, com o seu calor húmido e ar irrespirável onde o narrador sempre se sentiu um estranho, deslocado, como numa espécie de estado hipnótico.
É um livro que vale a pena ler e que me permitiu conhecer um pouco mais de Goa, uma das ex-colónias menos falada mas que, a julgar pelo livro, tem ainda muito de Portugal e onde, aparentemente o ex-coloniador continua a ser recordado com carinho, se bem que nem sempre pelas melhores razões, lembrem-se do taxista Sal. Uma ex-colónia atípica, portanto. :)
Leiam que vale a pena!
Este é daqueles autores que quero mesmo voltar a ler, pois agradou-me imenso a sua escrita no "Nação Crioula".
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ResponderEliminarEstou adorando esse livro, assim como gostei dos outros que já li dele. Muito enriquecedor, pois há muito de história que me agrada muito.
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