"Um romance policial arrepiante e soberbamente escrito passado no gueto judaico de Varsóvia. Narrado por um homem que por todas as razões devia estar morto e que pode estar a mentir sobre a sua identidade...
No Outono de 1940, os nazis encerraram quatrocentos mil judeus numa pequena área da capital da Polónia, criando uma ilha urbana cortada do mundo exterior. Erik Cohen, um velho psiquiatra, é forçado a mudar-se para um minúsculo apartamento com a sobrinha e o seu adorado sobrinho-neto de nove anos, Adam. Num dia de frio cortante, Adam desaparece. Na manhã seguinte, o seu corpo é descoberto na vedação de arame farpado que rodeia o gueto. Uma das pernas do rapaz foi cortada e um pequeno pedaço de cordel deixado na sua boca. Porque razão terá o cadáver sido profanado? Erik luta contra a sua raiva avassaladora e o seu desespero jurando descobrir o assassino do sobrinho para vingar a sua morte. Um amigo de infância , Izzy, cuja coragem e sentido de humor impedem Erik de perder a confiança, junta-se-lhe nessa busca perigosa e desesperada. Em breve outro cadáver aparece - desta vez o de uma rapariga, a quem foi cortada uma das mãos. As provas começam a apontar para um traidor judeu que atrai crianças para a morte.
Neste thriller histórico profundamente comovente e sombrio, Erik e Izzy levam o leitor até aos lugares mais proibidos de Varsóvia e aos mais heróicos recantos do coração humano."
No Outono de 1940, os nazis encerraram quatrocentos mil judeus numa pequena área da capital da Polónia, criando uma ilha urbana cortada do mundo exterior. Erik Cohen, um velho psiquiatra, é forçado a mudar-se para um minúsculo apartamento com a sobrinha e o seu adorado sobrinho-neto de nove anos, Adam. Num dia de frio cortante, Adam desaparece. Na manhã seguinte, o seu corpo é descoberto na vedação de arame farpado que rodeia o gueto. Uma das pernas do rapaz foi cortada e um pequeno pedaço de cordel deixado na sua boca. Porque razão terá o cadáver sido profanado? Erik luta contra a sua raiva avassaladora e o seu desespero jurando descobrir o assassino do sobrinho para vingar a sua morte. Um amigo de infância , Izzy, cuja coragem e sentido de humor impedem Erik de perder a confiança, junta-se-lhe nessa busca perigosa e desesperada. Em breve outro cadáver aparece - desta vez o de uma rapariga, a quem foi cortada uma das mãos. As provas começam a apontar para um traidor judeu que atrai crianças para a morte.
Neste thriller histórico profundamente comovente e sombrio, Erik e Izzy levam o leitor até aos lugares mais proibidos de Varsóvia e aos mais heróicos recantos do coração humano."
Erik, um psicólogo judeu, é forçado a mudar-se para o gueto de Varsóvia e a partilhar o apartamento com a sobrinha Stefa e o filho desta Adam, um miúdo de 9 anos. Esta situação não lhe agrada, não porque não goste de Stefa e Adam, porque gosta, mas sim porque na idade dele a mudança, ainda por cima quando imposta transtorna-o. Aos poucos a sobrinha e o filho começam a entrar no seu coração empedernido e rabugento e quando Adam morre de forma violenta e inesperada Erik quase morre de desgosto e as saudades de adormecer com o miúdo colado a si quase que o enlouquecem. A necessidade de ajudar a sobrinha a ultrapassar a perda do filho e de encontrar o responsável pela morte do sobrinho-neto mantêm-no vivo. E é esta procura que Richard Zimler nos conta ao longo das páginas deste livro. E que bem que conta esta história, triste, sem ser deprimente e angustiante, porque o humor presente ao longo de todo o livro atenua os horrores narrados e pressentidos nas entrelinhas.
Gostei bastante deste livro, o primeiro que leio deste escritor. Gostei porque está narrado de uma forma muito original, porque as personagens estão muito bem construídas e porque a história consegue relembrar o Holocausto e homenagear todas as suas vítimas, sem entrar nos habituais clichés que por estes tempos já nos deixam um pouco insensíveis à questão. É triste que assim seja mas é a realidade, pelo menos é-o no meu caso. O facto de ele pegar no caso particular de um judeu, Erik, que se muda para o gueto de Varsóvia e que por causa do seu drama particular nos vai dando a conhecer a dinâmica vivida na "ilha", faz com que nos identifiquemos melhor com história, sem no entanto perder a perspectiva global da tragédia que ocorreu. A miséria vivida no gueto está lá, a precariedade e falta de condições estão lá, os oportunistas estão lá, as boas pessoas também, a coragem e esperança no futuro estão lá, o medo e a incerteza também, a amizade está lá e a solidariedade também. Estão lá os campos forçados, os fornos e os comboios da morte, estão lá as execuções em massa e o comportamento primitivo e até hoje completamente incompreensível de todos os que ajudaram (incluindo os que olharam para o lado) os nazis nesta guerra infeliz. Está tudo lá, mas tudo é visto pelos olhos de um homem que fez da sua razão de viver a procura do assassino do seu sobrinho-neto. Sobrinho-neto que representava para ele o futuro, a possibilidade de sobreviver aos tempos difíceis e violentos em que viviam. Se conseguisse proteger Adam então o futuro da humanidade e dos judeus em particular poderia ser uma realidade. Erik falhou na missão de proteger Adam e, encontrar o seu assassino parece ser o único caminho que conhece para devolver algum equilíbrio ao seu mundo, ao do gueto mas, também à humanidade.
O mistério da morte de Adam e de outras crianças no gueto é interessante o suficiente para nos ir fazendo virar página atrás de página mas, o que na realidade nos faz gostar deste livro é o Erik. É simplesmente enternecedora a forma como ele veste a pele de detective e arrasta consigo o genial Izzy, seu amigo de sempre, numa espécie de brigada de terceira idade, cómica q.b., sem menosprezar o que é narrado e a gravidade dos acontecimentos. Nesta jornada, Erik e Izzy descobrem-se a si mesmos e descobrem-se capazes de fazer o inimaginável numa época de inimagináveis atrocidades. São capazes de matar e de continuar a viver depois disso. A diferença entre eles e os nazis é que estes nunca perceberam porque é que o que faziam era condenável.
Gostei muitas destes dois velhotes, gostei muito deste livro e recomendo-o sem qualquer reserva!
Boas leituras! :)
Gostei bastante deste livro, o primeiro que leio deste escritor. Gostei porque está narrado de uma forma muito original, porque as personagens estão muito bem construídas e porque a história consegue relembrar o Holocausto e homenagear todas as suas vítimas, sem entrar nos habituais clichés que por estes tempos já nos deixam um pouco insensíveis à questão. É triste que assim seja mas é a realidade, pelo menos é-o no meu caso. O facto de ele pegar no caso particular de um judeu, Erik, que se muda para o gueto de Varsóvia e que por causa do seu drama particular nos vai dando a conhecer a dinâmica vivida na "ilha", faz com que nos identifiquemos melhor com história, sem no entanto perder a perspectiva global da tragédia que ocorreu. A miséria vivida no gueto está lá, a precariedade e falta de condições estão lá, os oportunistas estão lá, as boas pessoas também, a coragem e esperança no futuro estão lá, o medo e a incerteza também, a amizade está lá e a solidariedade também. Estão lá os campos forçados, os fornos e os comboios da morte, estão lá as execuções em massa e o comportamento primitivo e até hoje completamente incompreensível de todos os que ajudaram (incluindo os que olharam para o lado) os nazis nesta guerra infeliz. Está tudo lá, mas tudo é visto pelos olhos de um homem que fez da sua razão de viver a procura do assassino do seu sobrinho-neto. Sobrinho-neto que representava para ele o futuro, a possibilidade de sobreviver aos tempos difíceis e violentos em que viviam. Se conseguisse proteger Adam então o futuro da humanidade e dos judeus em particular poderia ser uma realidade. Erik falhou na missão de proteger Adam e, encontrar o seu assassino parece ser o único caminho que conhece para devolver algum equilíbrio ao seu mundo, ao do gueto mas, também à humanidade.
O mistério da morte de Adam e de outras crianças no gueto é interessante o suficiente para nos ir fazendo virar página atrás de página mas, o que na realidade nos faz gostar deste livro é o Erik. É simplesmente enternecedora a forma como ele veste a pele de detective e arrasta consigo o genial Izzy, seu amigo de sempre, numa espécie de brigada de terceira idade, cómica q.b., sem menosprezar o que é narrado e a gravidade dos acontecimentos. Nesta jornada, Erik e Izzy descobrem-se a si mesmos e descobrem-se capazes de fazer o inimaginável numa época de inimagináveis atrocidades. São capazes de matar e de continuar a viver depois disso. A diferença entre eles e os nazis é que estes nunca perceberam porque é que o que faziam era condenável.
Gostei muitas destes dois velhotes, gostei muito deste livro e recomendo-o sem qualquer reserva!
Boas leituras! :)
Richard Zimler raramente decepciona. Ainda não li este, mas tenho lá em casa "O último cabalista de Lisboa" em lista de espera. mas ainda lerei este.
ResponderEliminarboas leituras
Pat
Estou a ver que Richard Zimler não decepciona mesmo. Gostei muito da escrita dele: simples mas eficaz. :) Também tenho aqui em casa para ler "O Último Cabalista de Lisboa".
ResponderEliminarUm autor que ainda não li, mas que sempre me suscitou alguma curiosidade, mais confesso devido às capas dos livros que quanto a mim são bastante sugestivas.
ResponderEliminarTalvez seja um autor a descobrir no próximo ano. Sim porque este ano estou a fechar a contagem com "O Deus das Moscas" de William Golding.
Espero que estejas a gostar bastante de "O Retrato de Dorian Grey". ;)
É o livro que vou ler a seguir... Gosto muito de Zimler. Lê A Sétima Porta e À Procura de Sana, vais gostar.Vê as minhas opiniões sobre eles.
ResponderEliminarBoas leituras!
tonsdeazul: O Deus das Moscas é um dos meus livros favoritos. É um livro marcante. :) Espero que estejas a gostar.
ResponderEliminarCris: Como "entendida" na obra de Richard Zimler, vais de certeza gostar destes Anagramas de Varsóvia. Esses que referes estão na minha lista de próximas aquisições.
Gostei tá claro!
ResponderEliminarColoquei um link deste teu post no meu comentário, bjs