Ano da edição original: 1997
Autor: Marion Zimmer Bradley
Tradução: Ana Maria Pinto da Silva
Editora: Rocco - Temas e Debates
Autor: Marion Zimmer Bradley
Tradução: Ana Maria Pinto da Silva
Editora: Rocco - Temas e Debates
"Depois de As Brumas de Avalon e de A Casa da Floresta, Marion Zimmer Bradley regressa agora com esta nova saga da ilha mágica, contada por três gerações de sacerdotisas que, nos primeiros quinhentos anos da era cristã, protegem o seu reino encantado da avidez do Império Romano. A primeira, Caillean, esconde Avalon dos legionários, envolvendo-a sabiamente numa nuvem de brumas intransponíveis; a segunda, Dierna, promove de forma astuta a união de uma das suas noviças com um general romano, transformando-o num potencial imperador bretão que assegurará a preservação do solo sagrado; a terceira, Viviane, guardiã do Cálice Sagrado, partirá da casa dos pais adoptivos na ilha de Mona aos catorze anos para se encontrar com a verdadeira mãe, a senhora de Avalon, e preparar o caminho para o nascimento do rei Artur. Rico na descrição de ambientes e na construção de personagens, este romance - onde não faltam guerra, e traições, amores e ódios, profecias e maldições - tem a mesma grandiosidade mítica e épica que caracteriza as outras obras da autora, evocando com igual dinamismo, os mitos, a magia e a história da Inglaterra lendária."
Regressar à escrita encantada de Marion Zimmer Bradley é sempre bom, principalmente quando o tema é Avalon e toda a magia envolvida. E, mais uma vez, ao ler Marion Zimmer Bradley, sinto vontade de reler As Brumas de Avalon, que já li não sei quantas vezes. :) E esta vontade surge mesmo que, na minha opinião, A Senhora de Avalon, não seja o livro mais inspirado da autora. E a questão é mesmo essa, mesmo menos inspirado, o livro não deixa de ser muito bom! :)
Em A Senhora de Avalon, como muito bem diz a sinopse, são retratadas três eras na história da Britânia. A primeira, de 96dc a 118dc, com o domínio do Império Romano a aumentar e a Ilha de Avalon a ser ameaçada, bem como, a vida das sacerdotisas e druidas que nela se refugiaram. Para proteger o culto da Deusa, Caillean, a Senhora de Avalon, envolve a ilha em brumas, tornando-a invisível ao comum dos mortais. Avalon passa a ficar situada entre o mundo dos homens e o mundo das Fadas.
Gostei muito de conhecer o que levou a que a ilha tivesse ficado envolta em brumas, tornado-se um lugar ainda mais místico.
Numa segunda parte, de 285dc a 293dc, a Britânia vive em paz com o Romanos, sem no entanto desistir de recuperar a sua autonomia. É nesse sentido que Dierna, a Senhora de Avalon, força a união entre Caráusio, um general romano, e uma das suas noviças Teleri, a quem quer como a uma irmã. Será que, com a benção da Deusa, Caráusio conseguirá alcançar a vitória pela qual toda a Britânia anseia? Ou a vontade da Deusa nada pode contra o desejo, por vezes inabalável, dos homens? É curioso que num livro onde se fala tanto de destino, de reencarnações e de forças superiores à nossa compreensão, os homens tenham tanta influência no seu próprio destino, sendo eles os únicos responsáveis pelos acontecimentos. É curioso. :)
Na terceira e última parte, de 440dc a 452dc, Ana, a Senhora de Avalon, manda buscar a sua única filha, Viviane, à família adoptiva, para que esta possa ser iniciada nos mistérios da Deusa e, assumir o seu lugar quando a altura chegar. Viviane é extremamente talentosa e tem com a mãe uma relação complicada e cheia de ressentimentos. Controlar os seus feitios em prol da defesa da Britânia contra os consecutivos ataques dos Saxões, povo rude e selvagem que ao longo dos tempos tem atormentado as costas da ilha, é essencial para que Avalon não seja mais uma vez ameaçada pelo mundo exterior. Alianças são novamente forjadas nos rituais de Avalon e mais uma vez a Deusa tenta fazer prevalecer a sua vontade exigindo sacrifícios que nem sempre são compreendidos.
Nesta terceira parte conhecemos as três irmãs que vão dar origem a toda a história das Brumas de Avalon. Viviane, é a Senhora de Avalon, Igraine é a mãe de Morgaine e Arthur e, Morgause é a tia menos simpática da família. ;) Foi esta aproximação à era de Arhur, retratada nas Brumas de Avalon, que fez com que esta terceira parte do livro fosse aquela que mais prazer me deu ler e que me deixou com vontade de reler toda a saga. :)
No início estranhei um pouco a história, estranhei os pormenores acerca dos rituais e todas as referências à luz, à paz, aos Deuses e afins. Estava a achar o livro demasiado espiritual e isso deixou-me preocupada, porque não estava a gostar. Não me recordo de os outros livros dela serem tão pormenorizados nesse aspecto e é por isso que acho o livro menos inspirado. No entanto, a história foi-me agarrando, fui-me embrenhando na vida das personagens e cheguei ao fim com pena por ter de abandonar o mundo mágico de Avalon.
É um livro repleto de misticismo e de beleza com paisagens de sonho que me aguçaram ainda mais a vontade de visitar os locais que ela refere, para descortinar, passados tantos séculos, alguns recantos que tenham guardado algum do misticismo que permitiu que a lenda da ilha de Avalon tenha chegado aos nossos tempos ainda tão cheia de encanto.
É um livro que vale a pena ler para quem gosta do mundo que Marion Zimmer Bradley tão bem sabe descrever e, para quem gosta de história, é também um livro que poderá dar uma perspectiva diferente daquela a que estamos habituados. A escrita é, como sempre, muito límpida e envolvente e, as personagens muito ricas e, claro que as mulheres continuam a ser as peças chave de toda a história. Como é comum nos livros da autora, o amor é um tema importante e está sempre presente. Continua é a ser feito de sofrimento e de desencontros dolorosos. O amor nos livros desta autora não é um sentimento que traga muita felicidade... :/
Seria incapaz de não recomendar um livro de Marion Zimmer Bradley, pelo que apenas posso dizer: LEIAM! :)
Excerto:
"Fala a Rainha das Fadas:
Aproxima-se uma nova era, em que Avalon vai parecer tão distante para eles como o parecem agora as Fadas. A rapariga que governa agora sobre o Tor vai utilizar os seus poderes para tentar mudar esse destino e a que vier depois dela fará o mesmo. Ambas falharão... Até mesmo o Defensor, quando vier, vai dominar apenas durante algum tempo. Como poderia ser de outra forma, quando as suas vidas não passam de momentos para a vida do mundo?
Serão os seus sonhos que sobreviverão, porque um sonho é imortal... tal como eu também o sou. E, apesar do mundo dever mudar inteiramente quando os seus conhecimentos se reflectirem aqui, existirão igualmente outros lugares onde um pouco de luz do Outro Mundo brilhará através do mundo dos homens. E essa luz não se perderá entre os homens, desde que eles continuem a procurar consolo nesta terra sagrada que se chama Avalon."
Em A Senhora de Avalon, como muito bem diz a sinopse, são retratadas três eras na história da Britânia. A primeira, de 96dc a 118dc, com o domínio do Império Romano a aumentar e a Ilha de Avalon a ser ameaçada, bem como, a vida das sacerdotisas e druidas que nela se refugiaram. Para proteger o culto da Deusa, Caillean, a Senhora de Avalon, envolve a ilha em brumas, tornando-a invisível ao comum dos mortais. Avalon passa a ficar situada entre o mundo dos homens e o mundo das Fadas.
Gostei muito de conhecer o que levou a que a ilha tivesse ficado envolta em brumas, tornado-se um lugar ainda mais místico.
Numa segunda parte, de 285dc a 293dc, a Britânia vive em paz com o Romanos, sem no entanto desistir de recuperar a sua autonomia. É nesse sentido que Dierna, a Senhora de Avalon, força a união entre Caráusio, um general romano, e uma das suas noviças Teleri, a quem quer como a uma irmã. Será que, com a benção da Deusa, Caráusio conseguirá alcançar a vitória pela qual toda a Britânia anseia? Ou a vontade da Deusa nada pode contra o desejo, por vezes inabalável, dos homens? É curioso que num livro onde se fala tanto de destino, de reencarnações e de forças superiores à nossa compreensão, os homens tenham tanta influência no seu próprio destino, sendo eles os únicos responsáveis pelos acontecimentos. É curioso. :)
Na terceira e última parte, de 440dc a 452dc, Ana, a Senhora de Avalon, manda buscar a sua única filha, Viviane, à família adoptiva, para que esta possa ser iniciada nos mistérios da Deusa e, assumir o seu lugar quando a altura chegar. Viviane é extremamente talentosa e tem com a mãe uma relação complicada e cheia de ressentimentos. Controlar os seus feitios em prol da defesa da Britânia contra os consecutivos ataques dos Saxões, povo rude e selvagem que ao longo dos tempos tem atormentado as costas da ilha, é essencial para que Avalon não seja mais uma vez ameaçada pelo mundo exterior. Alianças são novamente forjadas nos rituais de Avalon e mais uma vez a Deusa tenta fazer prevalecer a sua vontade exigindo sacrifícios que nem sempre são compreendidos.
Nesta terceira parte conhecemos as três irmãs que vão dar origem a toda a história das Brumas de Avalon. Viviane, é a Senhora de Avalon, Igraine é a mãe de Morgaine e Arthur e, Morgause é a tia menos simpática da família. ;) Foi esta aproximação à era de Arhur, retratada nas Brumas de Avalon, que fez com que esta terceira parte do livro fosse aquela que mais prazer me deu ler e que me deixou com vontade de reler toda a saga. :)
No início estranhei um pouco a história, estranhei os pormenores acerca dos rituais e todas as referências à luz, à paz, aos Deuses e afins. Estava a achar o livro demasiado espiritual e isso deixou-me preocupada, porque não estava a gostar. Não me recordo de os outros livros dela serem tão pormenorizados nesse aspecto e é por isso que acho o livro menos inspirado. No entanto, a história foi-me agarrando, fui-me embrenhando na vida das personagens e cheguei ao fim com pena por ter de abandonar o mundo mágico de Avalon.
É um livro repleto de misticismo e de beleza com paisagens de sonho que me aguçaram ainda mais a vontade de visitar os locais que ela refere, para descortinar, passados tantos séculos, alguns recantos que tenham guardado algum do misticismo que permitiu que a lenda da ilha de Avalon tenha chegado aos nossos tempos ainda tão cheia de encanto.
É um livro que vale a pena ler para quem gosta do mundo que Marion Zimmer Bradley tão bem sabe descrever e, para quem gosta de história, é também um livro que poderá dar uma perspectiva diferente daquela a que estamos habituados. A escrita é, como sempre, muito límpida e envolvente e, as personagens muito ricas e, claro que as mulheres continuam a ser as peças chave de toda a história. Como é comum nos livros da autora, o amor é um tema importante e está sempre presente. Continua é a ser feito de sofrimento e de desencontros dolorosos. O amor nos livros desta autora não é um sentimento que traga muita felicidade... :/
Seria incapaz de não recomendar um livro de Marion Zimmer Bradley, pelo que apenas posso dizer: LEIAM! :)
Excerto:
"Fala a Rainha das Fadas:
Aproxima-se uma nova era, em que Avalon vai parecer tão distante para eles como o parecem agora as Fadas. A rapariga que governa agora sobre o Tor vai utilizar os seus poderes para tentar mudar esse destino e a que vier depois dela fará o mesmo. Ambas falharão... Até mesmo o Defensor, quando vier, vai dominar apenas durante algum tempo. Como poderia ser de outra forma, quando as suas vidas não passam de momentos para a vida do mundo?
Serão os seus sonhos que sobreviverão, porque um sonho é imortal... tal como eu também o sou. E, apesar do mundo dever mudar inteiramente quando os seus conhecimentos se reflectirem aqui, existirão igualmente outros lugares onde um pouco de luz do Outro Mundo brilhará através do mundo dos homens. E essa luz não se perderá entre os homens, desde que eles continuem a procurar consolo nesta terra sagrada que se chama Avalon."