Ano de edição: 2003
Autor: J. Rentes de Carvalho
Editora: Quetzal Editores
"Ao deixar a sua remota aldeia transmontana para ser estivador no porto de Amsterdão, Amadeu, o Gato, estava longe de imaginar a aventura que o esperava - uma relação fugaz e fatal com uma bela mulher estrangeira e rica. Décadas volvidas e de novo na sua terra, reencontra um amigo de infância. Para lá da meia-idade, os dois redescobrem o prazer de caminharem juntos e de conversar sobre o passado. Porém, o Gato, que vive do pastoreio e da contemplação de memórias, não faz ideia do efeito que o seu relato amoroso vai ter no amigo - cuja existência resume a um casamento gasto, a uma carreira mediana a chegar ao fim e ao sentimento de que falhou em tudo na vida. As consequências serão nefastas. Fria, indiferente, meiga, desenfreada na cama, a amante holandesa vai magoá-los, dar-lhes a ilusão de que o amor existe, e aniquilá-los."
J. Rentes de Carvalho era um escritor, para mim, completamente desconhecido até que li sobre ele no blogue literário Estante Acidental. Fiquei curiosa e numa das visitas à livraria trouxe este A Amante Holandesa, mais ainda porque me comprometi que este ano seria o ano de ler mais escritores portugueses. Não o li logo e, descobri entretanto que o escritor tem um blogue, Tempo Contado, onde fui conhecendo a pessoa por detrás do escritor, ainda antes de conhecer o escritor. Depois de ler o livro pergunto-me, com alguma incredulidade, porque é que só agora começa a ser publicado em Portugal? Sim, é um português a viver em Amsterdão desde 1956, onde acabou por fixar residência depois de ter sido obrigado a abandonar o país, por motivos políticos, e ter passado pelo Brasil, EUA e França, mas não me parece que isso seja justificação para o pouco destaque dado a este escritor supreendente. Estou mais inclinada para acreditar que as editoras portugueses o acham demasiado polémico, demasiado duro, que toca demasiado na ferida do que é ser português hoje em dia. Talvez seja mais por isso... :)
Passemos ao livro, cuja história não quero esmiuçar muito porque não quero desvendar demasiado. A Amante Holandesa relata a história de dois amigos de infância, Amadeu, mais conhecido por Gato e o narrador, a quem o autor não dá nome (pelo menos não dei por isso...). Ambos transmontanos, Gato é pobre e analfabeto e sonha ser correio em Lisboa e, enquanto o sonho não se realiza, é pastor e distribui as poucas cartas que chegam à aldeia no comboio. O narrador é de famílias mais abastadas e não sabe bem o que quer fazer quando for grande, um dia quer ser capitão, no outro piloto, maquinista ou médico. Admirava e invejava a certeza de Gato em querer ser carteiro. Eram amigos, faziam-se companhia.
O livro começa com estes dois a conversarem, na aldeia onde cresceram, Gato a pastorear o seu rebanho e o narrador junto dele, dois homens com quase 60 anos. Gato, regressou da Holanda, há mais de vinte anos, onde esteve emigrado alguns anos e o narrador, professor em Bragança, regressa todas as férias de verão à casa da sua infância, o único sítio onde consegue ser ele próprio e fugir da vida medíocre que vive. Ganharam o hábito de se encontrarem e enquanto o rebanho pastoreia, Gato conta ao seu amigo de infância a sua aventura na Holanda. Conta sobre a mulher que lá conheceu e amou, Clarisse, uma rapariga com estudos e rica e que nunca foi capaz de esquecer. Fala em regressar para junto dela e para junto da filha que tiveram e que Gato nunca conheceu, sem nunca explicar ao amigo porque veio embora e nunca mais entrou em contacto com elas. Fala de uma história de amor que parece apenas possível nos romances. O amigo, homem infeliz e amargurado, por uma vida que sente ter desperdiçado, por ter casado sem amor, por nunca ter tido a coragem de romper com o que os outros esperavam dele, ouve a história de Gato e sente inveja por não ter sido ele, letrado e culto a ter vivido um amor daqueles. Enquanto o ouve fantasia que é ele quem abraça e beija Clarisse. Gato apaixonou-se por ela "no mercado, um sábado de manhã, tinha-a visto caminhar direita a ele e sentira-se entontecer como se alguém o empurrasse (...) Do primeiro encontro só lhe ficou essa imagem: o modo de andar", o narrador, por seu lado, apaixonou-se por ela através das palavras do amigo analfabeto e das fotografias que este ainda guardava ao fim de tantos anos.
O livro relata a vida de Gato na Holanda, mas também a sua vida em Portugal, com um mulher que nunca amou que lhe faz a vida num inferno e na qual bate sempre que esta ultrapassa os limites da sua paciência, com os dois filhos que perfilhou mas que tem a certeza não serem dele. Vivendo preso a uma lembrança, que por vezes parece mais ficcionada que real, mas que o corrói, que o impede de ser feliz que o amargura, mas que parece ter-lhe dado algum sentido à vida. Gato encontra no amigo de infância o confidente ideal, arrasta-o para a sua aventura, não se apercebendo do quanto o magoa. Inconscientemente mantém-no preso na sua história, enredado nas suas lembranças, forçando-o a confrontar-se com a vida infeliz que leva, forçando-o a comparações indesejadas e nas quais nunca sai a ganhar.
Do narrador vamos descobrindo as dúvidas que sente relativamente à veracidade da história de Gato, por ser tão díficil de conceber que uma estrangeira inteligente e bonita como as raparigas do cinema, se pudesse interessar pelo emigrante analfabeto, estivador no porto de Amsterdão. Esta é uma personagem perseguida por medos, pesadelos, angústias a que só mais tarde conseguimos dar nome, é tão infeliz que chegamos a sentir pena dele, apesar dos pesares. Regressa todos os Verões a uma aldeia que não gosta dele, que não o compreende mas que é o único sítio onde se consegue isolar e experimentar uma espécie de felicidade, onde vive uma espécie de tréguas com os seus fantasmas interiores. Sem a mulher, que não o acompanha, sente-se livre, não fossem as gentes da terra, naturalmente tacanhas e intolerantes e talvez pudesse ser feliz naquele lugar. Muitas coisas vão acontecer na vida deste homem, desde que se vê sugado pelas lembranças do amigo e alguns dos seus erros do passado voltam para o atormentar. E, sobre a história destes dois nada mais posso dizer.
É um livro difícil de descrever, pois a história é feita de pedaços dispersos das duas vidas destes homens, aparentemente tão diferentes um do outro, mas que afinal são mais parecidos do que se poderia supor. Com segredos inconfessáveis, uns que apenas adivinhamos, outros que se acabam por revelar. É uma história que por vezes não é fácil de ler, porque representa um povo português que, embora me custe admitir, está próximo da realidade. As diferenças culturais e não só, que se detectam nas personagens portuguesas e holandesas são curiosas e, embora pudesse haver a tentação, por parte do autor, de enaltecer os habitantes do país que o acolheu, isso não acontece. Nem uns nem outros saem particularmente beneficiados, cada um com as suas qualidade e defeitos. Os portugueses são retratados como sonhadores, os eternos poetas, apaixonados mas, ao mesmo tempo infelizes, sem saberem bem o que lhes falta para serem felizes. São mesquinhos, invejosos, violentos, intolerantes e incoerentes. As holandesas, porque dos homens não se fala tanto, são frias, calculistas, independentes, um pouco alheadas da realidade que as rodeiam fora do seu mundo confortável. São de certa forma elitistas mas são também tolerantes, abertas a novas experiências, inteligentes, joviais e despreocupadas.
A descrição que ele faz das paisagens da região transmontana, longe dos lirismos de outras obras, é fria, chegando a existir um sentimento de banalização das mesmas, como se fossem mais do mesmo, sem nada que as distinga de outros lugares no globo. Vindo de um transmontano, pode-se estranhar esta opção, mas a realidade é que ao mesmo tempo a imagem que acaba por passar é a de paisagens naturalmente belas, com recantos de uma beleza estonteante, que ficamos com vontade de visitar, porque "cheiram" a casa, a lar e a conforto.
Por último digo que A Amante Holandesa é um livro desconfortável, angustiante e amargurado, com alguns laivos de ternura, com momentos brilhantes e risonhos. É um livro que mexe com "aquilo" (a que não sei dar nome) que nos une como povo, "aquilo" que nos faz sentir, irracionalmente felizes e inchados de orgulho, quando algum estrangeiro nos diz como somos amistosos e como o país é lindo, mesmo que racionalmente muitas vezes tenhamos a sensação de que não será bem assim.
Já vai longa esta minha opinião, e por isso não vou prolongar mais, embora muito mais houvesse para dizer. Termino recomendando, mais do que este livro em particular, o escritor e a sua visão do mundo tão desempoeirada, sem pudores e sem receios de desagradar. Recomendo!
Boas leituras!
Excerto:
"Mantenho os olhos abertos e escuto-o, mas às imagens que ele evoca sobrepõem-se em mim outras, numa fantasia em que se misturam a inveja, ilusões, desejos recalcados. Como é que um pobre diabo pode ter vivido um amor assim? Porquê ele? Que força manda que o destino duns seja mesquinho e o doutros uma sorte grande?"
J. Rentes de Carvalho era um escritor, para mim, completamente desconhecido até que li sobre ele no blogue literário Estante Acidental. Fiquei curiosa e numa das visitas à livraria trouxe este A Amante Holandesa, mais ainda porque me comprometi que este ano seria o ano de ler mais escritores portugueses. Não o li logo e, descobri entretanto que o escritor tem um blogue, Tempo Contado, onde fui conhecendo a pessoa por detrás do escritor, ainda antes de conhecer o escritor. Depois de ler o livro pergunto-me, com alguma incredulidade, porque é que só agora começa a ser publicado em Portugal? Sim, é um português a viver em Amsterdão desde 1956, onde acabou por fixar residência depois de ter sido obrigado a abandonar o país, por motivos políticos, e ter passado pelo Brasil, EUA e França, mas não me parece que isso seja justificação para o pouco destaque dado a este escritor supreendente. Estou mais inclinada para acreditar que as editoras portugueses o acham demasiado polémico, demasiado duro, que toca demasiado na ferida do que é ser português hoje em dia. Talvez seja mais por isso... :)
Passemos ao livro, cuja história não quero esmiuçar muito porque não quero desvendar demasiado. A Amante Holandesa relata a história de dois amigos de infância, Amadeu, mais conhecido por Gato e o narrador, a quem o autor não dá nome (pelo menos não dei por isso...). Ambos transmontanos, Gato é pobre e analfabeto e sonha ser correio em Lisboa e, enquanto o sonho não se realiza, é pastor e distribui as poucas cartas que chegam à aldeia no comboio. O narrador é de famílias mais abastadas e não sabe bem o que quer fazer quando for grande, um dia quer ser capitão, no outro piloto, maquinista ou médico. Admirava e invejava a certeza de Gato em querer ser carteiro. Eram amigos, faziam-se companhia.
O livro começa com estes dois a conversarem, na aldeia onde cresceram, Gato a pastorear o seu rebanho e o narrador junto dele, dois homens com quase 60 anos. Gato, regressou da Holanda, há mais de vinte anos, onde esteve emigrado alguns anos e o narrador, professor em Bragança, regressa todas as férias de verão à casa da sua infância, o único sítio onde consegue ser ele próprio e fugir da vida medíocre que vive. Ganharam o hábito de se encontrarem e enquanto o rebanho pastoreia, Gato conta ao seu amigo de infância a sua aventura na Holanda. Conta sobre a mulher que lá conheceu e amou, Clarisse, uma rapariga com estudos e rica e que nunca foi capaz de esquecer. Fala em regressar para junto dela e para junto da filha que tiveram e que Gato nunca conheceu, sem nunca explicar ao amigo porque veio embora e nunca mais entrou em contacto com elas. Fala de uma história de amor que parece apenas possível nos romances. O amigo, homem infeliz e amargurado, por uma vida que sente ter desperdiçado, por ter casado sem amor, por nunca ter tido a coragem de romper com o que os outros esperavam dele, ouve a história de Gato e sente inveja por não ter sido ele, letrado e culto a ter vivido um amor daqueles. Enquanto o ouve fantasia que é ele quem abraça e beija Clarisse. Gato apaixonou-se por ela "no mercado, um sábado de manhã, tinha-a visto caminhar direita a ele e sentira-se entontecer como se alguém o empurrasse (...) Do primeiro encontro só lhe ficou essa imagem: o modo de andar", o narrador, por seu lado, apaixonou-se por ela através das palavras do amigo analfabeto e das fotografias que este ainda guardava ao fim de tantos anos.
O livro relata a vida de Gato na Holanda, mas também a sua vida em Portugal, com um mulher que nunca amou que lhe faz a vida num inferno e na qual bate sempre que esta ultrapassa os limites da sua paciência, com os dois filhos que perfilhou mas que tem a certeza não serem dele. Vivendo preso a uma lembrança, que por vezes parece mais ficcionada que real, mas que o corrói, que o impede de ser feliz que o amargura, mas que parece ter-lhe dado algum sentido à vida. Gato encontra no amigo de infância o confidente ideal, arrasta-o para a sua aventura, não se apercebendo do quanto o magoa. Inconscientemente mantém-no preso na sua história, enredado nas suas lembranças, forçando-o a confrontar-se com a vida infeliz que leva, forçando-o a comparações indesejadas e nas quais nunca sai a ganhar.
Do narrador vamos descobrindo as dúvidas que sente relativamente à veracidade da história de Gato, por ser tão díficil de conceber que uma estrangeira inteligente e bonita como as raparigas do cinema, se pudesse interessar pelo emigrante analfabeto, estivador no porto de Amsterdão. Esta é uma personagem perseguida por medos, pesadelos, angústias a que só mais tarde conseguimos dar nome, é tão infeliz que chegamos a sentir pena dele, apesar dos pesares. Regressa todos os Verões a uma aldeia que não gosta dele, que não o compreende mas que é o único sítio onde se consegue isolar e experimentar uma espécie de felicidade, onde vive uma espécie de tréguas com os seus fantasmas interiores. Sem a mulher, que não o acompanha, sente-se livre, não fossem as gentes da terra, naturalmente tacanhas e intolerantes e talvez pudesse ser feliz naquele lugar. Muitas coisas vão acontecer na vida deste homem, desde que se vê sugado pelas lembranças do amigo e alguns dos seus erros do passado voltam para o atormentar. E, sobre a história destes dois nada mais posso dizer.
É um livro difícil de descrever, pois a história é feita de pedaços dispersos das duas vidas destes homens, aparentemente tão diferentes um do outro, mas que afinal são mais parecidos do que se poderia supor. Com segredos inconfessáveis, uns que apenas adivinhamos, outros que se acabam por revelar. É uma história que por vezes não é fácil de ler, porque representa um povo português que, embora me custe admitir, está próximo da realidade. As diferenças culturais e não só, que se detectam nas personagens portuguesas e holandesas são curiosas e, embora pudesse haver a tentação, por parte do autor, de enaltecer os habitantes do país que o acolheu, isso não acontece. Nem uns nem outros saem particularmente beneficiados, cada um com as suas qualidade e defeitos. Os portugueses são retratados como sonhadores, os eternos poetas, apaixonados mas, ao mesmo tempo infelizes, sem saberem bem o que lhes falta para serem felizes. São mesquinhos, invejosos, violentos, intolerantes e incoerentes. As holandesas, porque dos homens não se fala tanto, são frias, calculistas, independentes, um pouco alheadas da realidade que as rodeiam fora do seu mundo confortável. São de certa forma elitistas mas são também tolerantes, abertas a novas experiências, inteligentes, joviais e despreocupadas.
A descrição que ele faz das paisagens da região transmontana, longe dos lirismos de outras obras, é fria, chegando a existir um sentimento de banalização das mesmas, como se fossem mais do mesmo, sem nada que as distinga de outros lugares no globo. Vindo de um transmontano, pode-se estranhar esta opção, mas a realidade é que ao mesmo tempo a imagem que acaba por passar é a de paisagens naturalmente belas, com recantos de uma beleza estonteante, que ficamos com vontade de visitar, porque "cheiram" a casa, a lar e a conforto.
Por último digo que A Amante Holandesa é um livro desconfortável, angustiante e amargurado, com alguns laivos de ternura, com momentos brilhantes e risonhos. É um livro que mexe com "aquilo" (a que não sei dar nome) que nos une como povo, "aquilo" que nos faz sentir, irracionalmente felizes e inchados de orgulho, quando algum estrangeiro nos diz como somos amistosos e como o país é lindo, mesmo que racionalmente muitas vezes tenhamos a sensação de que não será bem assim.
Já vai longa esta minha opinião, e por isso não vou prolongar mais, embora muito mais houvesse para dizer. Termino recomendando, mais do que este livro em particular, o escritor e a sua visão do mundo tão desempoeirada, sem pudores e sem receios de desagradar. Recomendo!
Boas leituras!
Excerto:
"Mantenho os olhos abertos e escuto-o, mas às imagens que ele evoca sobrepõem-se em mim outras, numa fantasia em que se misturam a inveja, ilusões, desejos recalcados. Como é que um pobre diabo pode ter vivido um amor assim? Porquê ele? Que força manda que o destino duns seja mesquinho e o doutros uma sorte grande?"
Nota: O texto no Estante Acidental acerca deste mesmo livro pode ser lido aqui: http://estanteacidental.blogspot.com/2010/12/amante-holandesa-de-j-rentes-de.html
Bom Dia! Fico muito contente que tenha gostado da sugestão, e agradecido pela simpática referência ao meu blogue. J. Rentes de Carvalho é de facto um escritor que vale a pena ler. Acabei na semana passada o livro "Tempo Contado". Mais um a não perder. Se me permite, aconselho vivamente o "Ernestina". Obrigado, Boas Leituras!!!!
ResponderEliminarRicardo: Tenciono ler "Ernestina" e todos os outros que forem sendo editados por cá.
ResponderEliminarEu é que agradeço as boas sugestões que retiro do Estante Acidental.
Boas leituras! :)
Bom dia, do J.Rentes de Carvalho já li COM OS HOLANDESES e gostei, se os Holandeses são assim como tão bem retrata, que maravilha são os portugueses...
ResponderEliminarSEVE: Fiquei fã de J. Rentes de Carvalho. Quanto aos holandeses e portugueses: ainda bem que não somos todos iguais! ;)
ResponderEliminarNÃO QUERO LIVRO NENHUMA DESTE NARCISTA
ResponderEliminarBoa noite, estou a meio deste livro e está a ser uma grande descoberta. Estou a adorar. Tenciono comprar seguidamente o Ernestina. Obrigado
ResponderEliminarJá há algum tempo que não leio Rentes de Carvalho. Tenho de voltar a ele. Este também foi o primeiro que li dele e Ernestina talvez seja, dos que já li, o que mais gostei.
EliminarBoas leituras.
Estou agora a ler o Ernestina. Abençoado autor que aos oitenta anos escreve desta maneira e abençoada N.Martins por nos sugerir estas preciosidades.
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