Título original: Gone for Good
Ano da edição original: 2002
Autor: Harlan Coben
Tradução: Lucinda Santos Silva
Editora: Editorial Presença
Autor: Harlan Coben
Tradução: Lucinda Santos Silva
Editora: Editorial Presença
"«Onze anos atrás, a 17 de Outubro, na pequena cidade de Livingston, Nova Jérsia, o meu irmão Ken Klein, então com vinte e quatro anos, violou brutalmente e estrangulou a nossa vizinha Julie Miller. Na cave dela.»
Esta é, pelo menos, a versão oficial da Polícia, mas nem Will, irmão de Ken, nem os seus pais jamais duvidaram da inocência de Ken, apesar das evidências junto ao local do crime. Onze anos passaram e nunca mais se soube do paradeiro de Ken. Estaria ele vivo ou morto? Will sempre preferiu acreditar na segunda hipótese, até ao dia em que a sua mãe, no leito de morte, lhe revela que Ken está, afinal, vivo. A partir daqui, o medo e a inquietude começam a dominar a vida de Will e isto será apenas o início do desencadear de novos e perturbadores acontecimentos. Praticamente na mesma altura, Sheila, a namorada por quem Will sente um amor incondicional, desaparece misteriosamente, deixando atrás de si um rasto de dúvida e medo. Will descobre ainda que o suposto reaparecimento do seu irmão está estranhamente associado a um grupo de colegas dos tempos de escola, e uma agente do FBI revela-lhe que Sheila é procurada por duplo homicídio. Histórias interligadas, informações surpreendentes e personagens misteriosas constituem o mote destes thriller intenso, cujo suspense aumenta vorazmente ao virar de cada página. Um livro excepcional, capaz de despertar verdadeiras emoções em todos os amantes do género."
E, surpreendentemente, este foi um policial do
qual gostei e que me fez continuar a virar as páginas, espicaçada pela
curiosidade. É raro, e o mérito só pode ser do escritor e da forma como nos
apresenta a história. Harlan Coben foi, ao fim de apenas algumas páginas,
adicionado à minha lista de escritores de policiais com os quais aceito
gastar o meu tempo. :)
Vou tentar não arruinar a possível leitura
do livro aos que continuam a visitar este meu cantinho, ou aqueles que, por algum
acaso, aqui venham parar. Assumido o compromisso, vamos ao que interessa, o
livro!
Em Desaparecido para Sempre, a personagem
principal, Will Klein é, sem que nada o fizesse prever envolvido numa perigosa
e confusa trama, que envolve a sua actual namorada, Sheila, e o seu irmão Ken,
procurado há mais de onze anos pelo violento assassínio de Julie, a ex-namorada
de Will. Confuso? Um pouco... Pelo meio temos
agentes do FBI com interesses pessoais no caso, temos um mafioso famoso por
ser implacável, temos um ex-nazi que procura redimir-se dos erros do passado
ajudando almas perdidas e temos um homem conhecido por Ghost, temido por todos
por ser extremamente violento e frio no seu "trabalho".
Estas personagens vão estar envolvidas
em cenas violentas, algumas com o dom de nos deixar de estômago embrulhado. Não
é um livro bonito e a maior parte do tempo anda à volta de temas pouco agradáveis.
Curiosos? Deixo-vos só o aviso de que nada do que
parece é. Nada neste livro é preto ou branco, ninguém ali é simplesmente bom ou
puramente mau.
Desaparecido para Sempre é um livro
escrito numa linguagem muito simples, coloquial, com sentido de humor e com uma
história bem estruturada. As personagens são interessantes e bem desenvolvidas. É fácil simpatizarmos com Will porque mesmo no meio de toda a desgraça e azar que o rodeia, tem sentido de humor, não perde a ingenuidade que o caracteriza e torcemos, com sinceridade para que tudo se resolva pelo melhor. :) Faz uma boa dupla com Squares, uma personagem que vive ele próprio com os seus terrores e erros do passado.
Com o desenrolar da história, e à medida que os
mistérios vão sendo revelados, houve muita coisa que me pareceu inverosímil, no
entanto, isso não incomoda, faz parte do género e quando isso é assimilado a leitura flui muito bem. A história mantém-se interessante ao longo de
todo o livro e os capítulos muito curtos ajudam a uma leitura tendencialmente mais
compulsiva.
São raros os livros deste género que recomendo.
Com este, a recomendação é reforçada com um "sem qualquer hesitação".
Boas leituras!
Excerto:
"Seria de pensar que depois de tantos anos, já se insensibilizara ao sofá puído, à carpete manchada de água e ao televisor tão velho que nem sequer tinha ligação por cabo. Mas não. Pois todos os sentidos lhe diziam que o corpo da irmã ainda lá estava, inchado e apodrecido, o cheirete da morte tão espesso que até custava a engolir."