"Numa manhã de 1945, um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso oculto no coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito, que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura da cidade. Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, A Sombra do Vento é sobretudo uma trágica história de amor, cujo eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página."
Este livro foi um achado! Comprei-o na Rua Anchieta, ao lado da Bertrand do Chiado, por 5€. Costumam estar lá, pelo menos aos sábados, umas quantas bancas com livros, mais ou menos usados e quando dei de caras com o livro tão baratinho confesso que desconfiei que lhe faltassem páginas ou algo do género. :) Até onde fui capaz de perceber, tenho-o inteiro, com todas as páginas e em excelente estado! Bom para mim! :)
A Sombra do Vento é o nome do último livro que Julián Caráx escreveu e, A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón conta a história de Julián Caráx.
Daniel Sempere, um rapaz de quase 11 anos, é levado pelo pai ao Cemitério dos Livros Esquecidos, numa noite em que acorda aflito por não conseguir recordar do rosto da mãe que morrera anos antes. Nessa biblioteca fantástica onde entra, é-lhe permitido levar um livro que deverá proteger da destruição e impedir que caía no esquecimento. Daniel escolhe o livro de Julián Carax, lê-o todo nessa mesma noite e o livro afecta-o de tal forma que, a curiosidade sobre o autor leva-o a entrar numa aventura que lhe mudará a vida para sempre. Assim se inicia este livro encantador, porque outra palavra não me ocorre para o descrever. Não vou falar da história do livro, para não correr o risco de revelar mais do que devia e, dessa forma diminuir o vosso prazer em a descobrir ao ritmo que o autor impõe. Ele vai revelando pedaços inicialmente soltos que depois se vão juntando como num puzzle. Algumas revelações serão surpreendentes, outras já seriam de esperar, outras acabam por ser clichés literários mas, tendo em conta a espécie de magia em que se desenrola a história, até os clichés se vão perdoando.
A história desenrola-se entre 1945 e 1966, período durante o qual conhecemos Daniel Sempere, um rapaz sonhador e inocente. Pessoalmente esta é a personagem do livro que menos me disse, embora seja a principal... Achei-o um pouco infantil e por isso algumas das coisas que fez pareceram-me pouco credíveis, além de que, o fascínio que sentia por toda e qualquer personagem feminina que se cruzava com ele me irritou um pouco. A adolescência é uma fase complicada, eu sei... :p Talvez o livro não tenha sido excepcional para mim exactamente porque não criei empatia com esta personagem, nem com o par romântico que lhe calha em sorte. No entanto, existem outras personagens que se revelaram bem mais interessantes, como o Fermín Romero de Torres, homem vivido e meio louco que se torna amigo de Daniel e o ajuda nas investigações sobre Julián Caráx, o próprio Julián Carax é uma personagem por quem sentimos alguma empatia, bem como pela sua amada Penélope, até o pai de Daniel, embora seja uma personagem que não participe tanto na história é mais consistente que Daniel. A relação que este tem com Daniel é muito angustiante e ao mesmo tempo muito bonita, aqui acho que o autor fez um bom trabalho e é por isso que o pai de Daniel se afigura como uma personagem que, para mim, é das mais interessantes do livro. Por último é impossível não sentir pavor de alguém como o Inspector Fumero e como a criatura dantesca que é Laín Coubert.
O livro é muito sombrio, onde o autor expõe os sentimentos menos nobres das pessoas como, o desejo de vingança, a cobardia, o despeito, a inveja, a traição e a pura maldade. Em quase todas as cenas a noite está a cair e chove copiosamente e, por isso o livro deixa-nos sempre com uma sensação de tristeza e de algum desespero por não haver sol e dessa forma uma réstia de esperança de que tudo acabará bem. Está cheio de desencontros e tragédias, de amores sofridos, a lembrar o Amor de Perdição do Camilo Castelo Branco, embora a linguagem seja outra, obviamente.
Resumindo, é um livro que começa muito bem - achei que iria ser uma leitura memorável - para o meio comecei a achá-lo menos bem conseguido (a tal parte dos clichés) e que na realidade não me trouxe nada de muito novo, em termos de história. Gostei muito do ambiente criado, gostei do Cemitério dos Livros Esquecidos (lugar e conceito fascinante), gostei da maneira como ele montou o puzzle, embora não tenha gostado da forma como ele o desmonta no final, revelando tudo de uma vez em forma de carta. Por último, embora tivesse preferido um outro final, a história até prende e lê-se com gosto e gostei de algumas personagens mas, confesso que estava à espera de mais.
A Sombra do Vento é o nome do último livro que Julián Caráx escreveu e, A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón conta a história de Julián Caráx.
Daniel Sempere, um rapaz de quase 11 anos, é levado pelo pai ao Cemitério dos Livros Esquecidos, numa noite em que acorda aflito por não conseguir recordar do rosto da mãe que morrera anos antes. Nessa biblioteca fantástica onde entra, é-lhe permitido levar um livro que deverá proteger da destruição e impedir que caía no esquecimento. Daniel escolhe o livro de Julián Carax, lê-o todo nessa mesma noite e o livro afecta-o de tal forma que, a curiosidade sobre o autor leva-o a entrar numa aventura que lhe mudará a vida para sempre. Assim se inicia este livro encantador, porque outra palavra não me ocorre para o descrever. Não vou falar da história do livro, para não correr o risco de revelar mais do que devia e, dessa forma diminuir o vosso prazer em a descobrir ao ritmo que o autor impõe. Ele vai revelando pedaços inicialmente soltos que depois se vão juntando como num puzzle. Algumas revelações serão surpreendentes, outras já seriam de esperar, outras acabam por ser clichés literários mas, tendo em conta a espécie de magia em que se desenrola a história, até os clichés se vão perdoando.
A história desenrola-se entre 1945 e 1966, período durante o qual conhecemos Daniel Sempere, um rapaz sonhador e inocente. Pessoalmente esta é a personagem do livro que menos me disse, embora seja a principal... Achei-o um pouco infantil e por isso algumas das coisas que fez pareceram-me pouco credíveis, além de que, o fascínio que sentia por toda e qualquer personagem feminina que se cruzava com ele me irritou um pouco. A adolescência é uma fase complicada, eu sei... :p Talvez o livro não tenha sido excepcional para mim exactamente porque não criei empatia com esta personagem, nem com o par romântico que lhe calha em sorte. No entanto, existem outras personagens que se revelaram bem mais interessantes, como o Fermín Romero de Torres, homem vivido e meio louco que se torna amigo de Daniel e o ajuda nas investigações sobre Julián Caráx, o próprio Julián Carax é uma personagem por quem sentimos alguma empatia, bem como pela sua amada Penélope, até o pai de Daniel, embora seja uma personagem que não participe tanto na história é mais consistente que Daniel. A relação que este tem com Daniel é muito angustiante e ao mesmo tempo muito bonita, aqui acho que o autor fez um bom trabalho e é por isso que o pai de Daniel se afigura como uma personagem que, para mim, é das mais interessantes do livro. Por último é impossível não sentir pavor de alguém como o Inspector Fumero e como a criatura dantesca que é Laín Coubert.
O livro é muito sombrio, onde o autor expõe os sentimentos menos nobres das pessoas como, o desejo de vingança, a cobardia, o despeito, a inveja, a traição e a pura maldade. Em quase todas as cenas a noite está a cair e chove copiosamente e, por isso o livro deixa-nos sempre com uma sensação de tristeza e de algum desespero por não haver sol e dessa forma uma réstia de esperança de que tudo acabará bem. Está cheio de desencontros e tragédias, de amores sofridos, a lembrar o Amor de Perdição do Camilo Castelo Branco, embora a linguagem seja outra, obviamente.
Resumindo, é um livro que começa muito bem - achei que iria ser uma leitura memorável - para o meio comecei a achá-lo menos bem conseguido (a tal parte dos clichés) e que na realidade não me trouxe nada de muito novo, em termos de história. Gostei muito do ambiente criado, gostei do Cemitério dos Livros Esquecidos (lugar e conceito fascinante), gostei da maneira como ele montou o puzzle, embora não tenha gostado da forma como ele o desmonta no final, revelando tudo de uma vez em forma de carta. Por último, embora tivesse preferido um outro final, a história até prende e lê-se com gosto e gostei de algumas personagens mas, confesso que estava à espera de mais.