fevereiro 05, 2010

Tamar - Mal Peet

"Durante o terrível Inverno da Fome, em 1944, dois agentes secretos são lançados de pára-quedas numa Holanda ocupada. Tratam-se de espiões das Forças Aliadas, enviados para apoiar a Resistência Holandesa. Meio século depois, uma rapariga de 15 anos, Tamar, herda do avô uma caixa que contém uma série de pistas e mensagens codificadas e um outro Tamar (nome de código do avô) emerge do passado: um homem envolvido no terrível universo dos combatentes da resistência à ocupação nazi. A sua história é um complexo enredo de paixão, ciúme e tragédia, marcado pelo terror do quotidiano e por episódios de horror num cenário de guerra. Ao desvendá-la, a jovem Tamar irá transformar a sua vida para sempre."

Acho que me interessei por este livro quando li o 1º capítulo num daqueles livrinhos promocionais que me entregaram na estação de comboios. É uma boa forma de fazer publicidade a um livro, digo eu! :) Este é o segundo romance de Mal Peet, premiado com a Carnegie Medal.

A história decorre entre 1944 e 1995, entre Inglaterra e a Holanda.
Em 1944 temos Tamar e Dart, ambos nomes de código de dois agentes, holandeses, do SOE, um braço dos Serviços Secretos Britânicos, em Inglaterra. São ambos enviados numa missão com o objectivo de unificar e reorganizar a Resistência Holandesa, numa zona rural da Holanda. Tamar volta a encarnar o papel de um lavrador, Christiaan Boogart e Dart encarna, na sua primeira missão, o papel de um médico, Dr. Ernst Lubbers. Tamar volta a ficar instalado na quinta de Marijke por quem é apaixonado e Dart é instalado num manicómio perto da quinta. Tamar é corajoso, cativante e apaixonado pela vida. Daquelas pessoas a quem ninguém fica indiferente. Dart possui uma personalidade instável, é inseguro e com tendência para a auto-comiseração. Também ele se apaixona por Marijke e começa a sofrer de ciúmes doentios pela relação que Tamar tem com ela. Martiriza-se por saber que ela nunca o amará, pois o amor que sente por Tamar é daqueles únicos e definitivos que não desaparecem nem com a morte. Nenhum destes sentimentos ajudam a levar a bom porto a missão para a qual foram destacados. Na verdade surgem problemas de confiança onde esta é indispensável e vital.

Em 1995 temos a neta de Tamar, que também se chama Tamar, de 15 anos, a viver com a mãe e cujo pai (filho de Tamar e Marijke) desaparecera sem deixar rasto há cinco anos. O avô Tamar suicida-se, depois de ter perdido Marijke, saltando de uma varanda. Deixou à neta uma caixa que a levará a empreender uma viagem pelo passado e que lhe mudará a vida para sempre. Decifrando as pistas que o avô lhe deixa, ela vai descobrir coisas sobre a vida dele que só depois da morte ele teve coragem de revelar. Esconder segredos, por amor ou por vergonha, pode levar à destruição de uma família. Mas será que a verdade não teria efeitos mais catastróficos? Uma vez tomada a decisão o melhor é aprender a viver com ela. Mas será fácil viver com a incerteza das razões que levaram a tal decisão? Foi por amor ou por medo de perder que a tomámos?

Tamar é um livro sobre o amor, sobre a lealdade e sobre a amizade. Lê-se muito bem, a história está muito bem escrita com as doses certas de tensão. Vai revelando as coisas de forma a que o ritmo e o nosso interesse se mantenham. Este autor foi uma boa surpresa, ainda bem que não se limitou à literatura infantil e se aventurou nos livros para os mais crescidos! :)

P.S. Outro autor de literatura infantil que me surpreendeu foi Sebastian Fitzek, com o Terapia de Choque. Muito bom o livro.

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